Paula Musique

Atividades Divertidas de Ensino-Aprendizagem com Foco no ‘Ensinar é Aprender’

– por Paula Musique –

Já publicamos aqui no blogue um texto sobre A Pirâmide do Aprendizado, mostrando que ENSINAR É APRENDER e que os métodos para melhor retenção de conhecimento, para a maioria das pessoas, são os métodos participativos, ou seja, aqueles em que:

-você ensina o conteúdo que deseja absorver;
-você põe em prática o que aprendeu; ou
-você discute com outros o tema em estudo.

Neste post sugerimos algumas atividades para você realizar, objetivando aumentar seu nível de retenção do conteúdo que você quer aprender. Confira, a seguir.

— SE VOCÊ É ESTUDANTE (INCLUINDO OS VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS)

1. Desenvolva um GRUPO DE REFORÇO
Se você está no colégio, universidade ou num cursinho específico – seja um pré-vestibular, um preparatório para concurso público ou escola de idiomas-, tome a iniciativa de criar um grupo de reforço, onde você irá ensinar seus colegas e seus colegas ensinarão você e os demais.

Qual é o conteúdo que você domina? Marque encontros periódicos, presenciais ou não com o grupo e coloque a mão na massa. Redija resumos para distribuir pros colegas, prepare apresentações com slides, crie macetes e desenhe, se necessário. Não seja o professor que você gostaria de ser, seja o professor que você gostaria de ter.

Quando você já sabe bastante sobre um tema, o fato de ter de explicar para outros e responder às perguntas deles faz com que você consolide seus conhecimentos, fazendo com que a ‘decoreba’ dê lugar ao verdadeiro aprendizado, ou seja, você não memorizou definições, você realmente entendeu.

“A decoreba é como a paixão, ela passa e você esquece; o verdadeiro aprendizado é como o amor, ele fica para sempre” – Paula Musique

Historinha: Quando eu estava no ensino médio, minha “panelinha” era formada por CDFs da turma, então, no terceirão decidimos criar um grupo de reforço para estudarmos com nossos amigos, no semestre que antecedia o tão esperado vestibular. Conversamos com o diretor e o projeto foi aprovado. Ele inclusive cedeu uma sala especial para nosso grupo e sugeriu que incluíssemos nas aulas não somente nossa turma, mas também a outra turma do terceirão. Nossas aulas normais eram pela manhã, e durante à tarde, tínhamos o grupo de reforço na sala especial. Cada um de nós da “panelinha” – não sei qual o termo usado pela nova geração. Ainda usam panelinha, patotinha? Ou é gangue e coisas do gênero? Tô por fora. Haha. Voltemos. Cada um de nós da “panelinha” ensinava as matérias na qual nos destacávamos. Era muito divertido. Tenho boas lembranças daquela época, e até guardo um cartão de agradecimentos que nossos colegas escreveram para mim. Penso que podemos compartilhar o que temos de bom com os outros – faz bem para eles e para nós mesmos.

2. Marque encontros para o DEBATE POLÊMICO
Esta atividade é imprescindível para você desenvolver técnicas de persuasão e ampliar sua lista de argumentos quanto a diversos temas. É uma ferramenta excelente para preparar você para provas de redação, mas exige planejamento. Quando você organizar os encontros com seus colegas, você pode anunciar antecipadamente quais serão os temas polêmicos a serem debatidos ou pode avisar que os temas serão divulgados no encontro. No dia do encontro você sorteia quem será contra ou a favor do tema em questão, por exemplo: maioridade penal, ideologia de gênero ensinada para crianças, pena de morte, prisão perpétua para políticos corruptos, aborto, descriminalização do uso da maconha, vida inteligente fora da Terra, cotas raciais, etc.

3. Tenha seu DIA DE HOLLYWOOD
Esta atividade é muito divertida para trabalhar a dois ou com mais pessoas.

– o aluno vira professor
O aluno atua como professor se apresentando diante da turma (que pode ser o grupo de reforço com seus colegas) e ensina um tema que pode ser sorteado na hora ou que pode ser avisado com antecedência e os colegas na plateia fazem perguntas durante ou após a explicação.

Historinha A: No Curso de Piano que leciono, faço esta atividade da seguinte maneira: sento ao piano e meu aluno senta na cadeira do professor. Ele vai me dizer tudo o que tenho que tocar durante a aula e eu, intencionalmente, erro ou acerto e ele tem que me corrigir e mostrar como devo fazer. Ele também me faz perguntas sobre Teoria ou História da Música e eu dou respostas certas ou bizarras para rirmos e fixarmos conteúdo.

Historinha B: No Curso de Leitura Musical que leciono para jovens e adultos, faço esta atividade da seguinte maneira: aviso com antecedência quais os elementos musicais que precisam ser revisados e no dia da aula no momento da atividade, preparo papéis com o nome de todos os alunos, anuncio o elemento musical que será ensinado e tiro de uma caixa de sorteio o nome de um aluno que irá ao quadro desenhar e explicar a função daquele elemento ou assunto que pode ser: clave de fá, staccato, suspensão, ritornello, a colcheia e suas partes, escala melódica de lá menor, cadência plagal, dentre outros.

4. Seja um COMPOSITOR
Escreva paródias, ou seja, escolha músicas famosas e troque a letra original por uma letra criada por você e que seja sobre o conteúdo que você esteja estudando. Você pode usar nosso BANCO DE RIMAS, no www.bancoderimas.com, para auxiliá-lo em suas criações.

Historinha C: Como já contei no post sobre a Pirâmide do Aprendizado, já cantei sobre lisossomos e mitocôndrias, sobre a Revolução Industrial e doação sanguínea. Até a Macabéa (pobrezinha!) d’A Hora da Estrela de Clarice Lispector foi musicada – tudo no ensino médio. Já na universidade, coloquei meus amigos a cantar e dançar comigo na apresentação de seminários sobre inovação, empreendedorismo, motivação, dentre outros.
Época divertida! Dizem que quando o aprendizado está vinculado à diversão, a retenção é muito maior.

“Não seja o professor que você gostaria de ser, seja o professor que você gostaria de ter” – Paula Musique

— SE VOCÊ É PROFESSOR
Você pode organizar todas estas atividades mencionadas anteriormente com seus alunos e pode adicionar estas duas no tópico “Tenha seu DIA DE HOLLYWOOD”:

Foto: Reprodução

– esquete verdadeiro ou falso
Um grupo de alunos prepara cenas curtas referentes a um assunto que está sendo estudado e após a representação, a plateia diz se o fato encenado é falso ou verdadeiro. Se for falso, tem que dizer o porquê. Exemplo: uma cena em que Tiradentes se apresenta, mas fala frases da Princesa Isabel; ou uma cena em que os Ribossomos se apresentam, mas dizem sua função incorretamente, trocando com a de outra organela citoplasmática. As possibilidades são infinitas e aqui vale muito a criatividade que fará com que os alunos fixem o conteúdo mostrado deste modo inventivo.

Foto: Reprodução

– esquete verdade ou consequência
É uma variação da opção acima. Alguns alunos atuam e escolhem um aluno da plateia para dizer se o fato é verdadeiro ou não e se o aluno errar, a sala inteira paga uma consequência.

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Perceba que em todas as ideias abordadas você está ensinando, direta ou indiretamente. Lembre-se que métodos participativos são os mais marcantes na vida do estudante e mais eficientes no processo de ensino-aprendizagem. Que as historinhas inspirem você.

Se você ainda não leu sobre a Pirâmide do Aprendizado, a hora é agora. Clique aqui.

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Vamos conversar.
Se você realizar alguma destas atividades, por favor, não deixe de me contar como foi. Qual é a atividade participativa que você mais gosta?
Você tem alguma sugestão de atividade para compartilhar conosco?

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