Crítica Musical – Paula Musique https://paulamusique.com Um som diferente para sua vida Tue, 19 Nov 2019 20:08:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.14 Sarah Chang no Brasil com a Concertgebouw Chamber Orchestra – em Florianópolis https://paulamusique.com/melhores-violinistas-sarah-chang-concertgebouw-chamber-orchestra-em-florianopolis-brasil/ https://paulamusique.com/melhores-violinistas-sarah-chang-concertgebouw-chamber-orchestra-em-florianopolis-brasil/#comments Fri, 03 Aug 2018 02:58:06 +0000 http://paulamusique.com/?p=6038 Foto: sarahchang.com – por Paula Musique – Sarah Chang no Brasil Hoje, Florianópolis recebeu uma das maiores violinistas da atualidade, Sarah Chang (EUA), juntamente com a Concertgebouw Chamber Orchestra (Holanda) para um concerto no palco do Teatro Ademir Rosa. Sarah Chang nasceu em 1980, na Filadélfia, filha de pai violinista e mãe compositora – ambos coreanos. A pequena Sarah era considerada uma criança prodígio e teve uma notável estreia aos 8 anos, quando tocou...

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Foto: sarahchang.com

– por Paula Musique –

Sarah Chang no Brasil

Hoje, Florianópolis recebeu uma das maiores violinistas da atualidade, Sarah Chang (EUA), juntamente com a Concertgebouw Chamber Orchestra (Holanda) para um concerto no palco do Teatro Ademir Rosa.

Sarah Chang nasceu em 1980, na Filadélfia, filha de pai violinista e mãe compositora – ambos coreanos. A pequena Sarah era considerada uma criança prodígio e teve uma notável estreia aos 8 anos, quando tocou com a New York Philharmonic e desde então continua a impressionar audiências ao redor do mundo por seu virtuosismo e expressividade. Além de ter se apresentado com orquestras estadunidenses, tais como: New York Philharmonic, Los Angeles Philharmonic, Philadelphia Orchestra, Chicago Symphony, National Symphony Orchestra, Boston Symphony e Houston Symphony, ela também já fez turnê na Áustria, França, Alemanha, Itália, Suíça, Reino Unido, China, Japão, Singapura, Australia, Nova Zelândia e vários outros países. Ela voltou ao Brasil para apenas duas apresentações: uma em São Paulo e uma em Florianópolis. Formada pela Julliard School (New York), Srta. Chang toca em um violino Guarnieri del Gesu, de 1717, comprado por ela quando ainda era uma adolescente.

Foto: concertgebouwchamberorchestra.com

A Concertgebouw Chamber Orchestra (CCO) de Amsterdam

A Concertgebouw Chamber Orchestra (CCO) é formada por músicos da mundialmente famosa Royal Concertgebouw Orchestra de Amsterdam. A CCO tem se apresentado nas mais importantes solenidades. Suas gravações receberam da famosa BBC Music Magazine as mais altas qualificações (5 estrelas) pela técnica apurada e beleza da performance.

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O repertório preparado para os concertos no Brasil incluíram o Concerto para Dois violinos em Ré menor (BWV1043) de Bach, a Serenata Op.22 de Dvořák e As Quatro Estações de Vivaldi.

E no concerto de hoje, a Concertgebouw Chamber Orchestra me surpreendeu. Como noto cada detalhe, desde o fato de que todos os homens usaram sapatos de verniz preto até as piscadelas que os músicos de mesmo naipe davam uns aos outros, tenho que dizer que me deleitei com a sonoridade deles e o comportamento em palco. A CCO veio com 1 contrabaixo, 3 cellos, 4 violas, 1 cravo e 10 violinos (sendo um deles o concertmaster – Michael Waterman), sem a presença da figura do maestro, ou seja, o concertmaster ou a solista atuavam como “regentes”.

Sarah Chang mostrou porque é mundialmente reconhecida como uma das mais cativantes e talentosas intérpretes da música clássica. Ela é o espetáculo inteiro, dos pés a cabeça, dos sons à simpatia, da simplicidade humana ao talento não tão humano assim.

“… ela estava dentro da música e a música estava dentro dela” – Paula Musique

Foto: Acervo próprio

Primeira Parte – BACH E DVORAK

Eu estava num excelente assento. Na execução das primeiras duas peças, todos estavam de pé tocando. Ainda não tinha visto uma orquestra fazendo uma performance assim no palco do Teatro Ademir Rosa. Todos tocando alegremente, de pé, por uma hora. O concerto de Bach começou pianinho, tão suave que eu até estava preocupada me perguntando se a audiência lá do fundão conseguia ouvir. Mas toda aquela suavidade fazia parte do show de dinâmicas que eles estavam prestes a nos dar. Este é um dos pontos que eu, particularmente, observo quando vou à concertos de música erudita ou a shows de música popular. DINÂMICA. Eu sempre considerei que os músicos e cantores que fazem questão de trabalhar bem a intensidade dos sons são músicos superiores. Chang e CCO fizeram-me sentir diferentes emoções apenas pelo controle técnico de intensidade. E o que falar da violinista Jae-Won Lee (CCO) que fez duo com Chang em Bach? Uau! Técnica apuradíssima, contato visual com a solista principal, simpatia pura e capacidade de fazer a audiência perceber o diálogo que estava acontecendo entre os dois violinos.

Foto: concertgebouwchamberorchestra.com

PAUSA PARA REFLEXÃO: Como no Brasil, acha-se que Música não precisa ser curricular nas escolas e que a Arte em geral é apenas para os estudantes se divertirem, isto acaba gerando jovens e adultos que não sabem se comportar em concertos. Vou tomar partido e defender as pessoas que se “comportaram mal”, pois tenho certeza que não foi intencional, apenas não aprenderam que existem algumas regrinhas básicas para concertos: NÃO SE DEVE APLAUDIR ENTRE UM MOVIMENTO E OUTRO (acho que vou fazer um post especialmente sobre isso). Ou seja, na primeira peça, havia 3 movimentos (vivace, largo ma non tanto e allegro). Quando um movimento acaba, os músicos fazem uma brevíssima pausa para se prepararem pro próximo movimento e se a plateia começa a bater palmas, isto tira a concentração deles e corta a atmosfera que havia sido criada com o movimento anterior (explicação bem superficial). E no espetáculo de hoje, a cada movimento que terminava, metade do teatro aplaudia. Além disso, imagino que pela mudança de tempo muitos tenham ficado adoentados e havia muita gente tossindo. E às vezes, tossiam muito alto, bem na hora do pianissimo da orquestra. Novamente digo: é “porque não sabem o que fazem”. Se tivessem sido instruídos na escola, não aplaudiriam entre movimentos e aprenderiam o “etiqueta da tosse”.

Foto: sarahchang.com

Back to Chang! Tanto ela como os músicos da orquestra foram tão gentis e compreensivos que davam sorrisinhos agradáveis quando a plateia aplaudia entre movimentos. Em verdade, Sarah dava umas risadinhas fofas acompanhadas de “thank you” e dava aquela olhada pros colegas de palco. Era como se pensasse enquanto sorria: “oooh, como estes brasileiros são fofos, a maioria não sabe que isto me tira a concentração e não deveriam bater palmas, mas eu sei que fazem com boas intenções e fico feliz por saber que estão curtindo todos os movimentos de todas as peças” (risos). Houve um outro momento durante a primeira parte em que, abruptamente, a iluminação ficou mais forte e alguns músicos levaram um susto e (mais uma vez) deram uma risadinha enquanto olhavam para as partituras.

Após o concerto de Bach, Chang se retirou, sendo muito aplaudida e teve início a Serenata de Dvořák, executada somente pela orquestra. Excelente performance.

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Segunda Parte – AS QUATRO ESTAÇÕES DE VIVALDI

Após o intervalo, retornamos para a segunda parte. Sarah retornou ao palco com aplausos e começaram uma das mais célebres obras musicais da história: As Quatro Estações de Vivaldi. Chang executou a peça de memória com uma desenvoltura incrível. Ela toca de um jeito que faz parecer tudo muito fácil; mas não é nada fácil. No largo da Primavera, ela já conseguiu me emocionar. Chang tocou com tanta expressividade que era como se ela fosse responsável pelo desabrochar das flores da estação. A performance da noite estava tão intensa, tão cheia de sentimento que Chang arrebentou um fio de crina do arco de seu violino durante a Primavera. Fiquei observando como ela reagiria. Bom, reagiu como a violinista de prestígio que é: continuou tocando como se nada tivesse acontecido e aquele fio ali pendurado não a abalou. Quando acabou o movimento, ela arrancou o fio de crina e, graciosamente, deu início ao Verão, aquecendo nossos corações.

Foto: sarahchang.com

Tanto no Outono quanto no Inverno, a performance da Concertgebouw Chamber Orchestra e de Sarah Chang foi, também, motivo de regozijo para os ouvidos e para os olhos. O contato visual de Sarah Chang com os músicos e a simpatia com a plateia eram perceptíveis. A expressão corporal dos músicos da CCO era sublime e a de Chang, como solista, claro que se destacava muito mais. Os intérpretes que me fascinam são aqueles que além de tocar com os dedos, tocam com os olhares e com o corpo inteiro. E assim, Sarah Chang fez: sua expressão facial revelava o tom que ela queria transmitir com cada arcada, o movimento de seus ombros, de seus braços e até mesmo de suas costas quando se inclinava para frente e para trás, convenciam-me de que ela estava dentro da música e a música estava dentro dela.

“Ela é o espetáculo inteiro, dos pés a cabeça, dos sons à simpatia, da simplicidade humana ao talento não tão humano assim” – Paula Musique

Ao fim da performance, a plateia aplaudiu de pé por alguns minutos, com alguns brados de “bravo”. Sarah murmurou algo com o concertmaster e executaram mais uma obra barroca: Ária na Corda Sol (peça que faz parte da Suíte nº 3 para Orquestra, em Ré Maior, de Bach BWV 1068 escrita para o Príncipe Leopoldo, no início do século XVIII). Em 5 segundos de execução, o público reconheceu a canção e foi possível ouvir aquele “aaaah”, num tom de suspiro gostoso.

Os músicos foram aplaudido de pé mais uma vez e saí do teatro encantada com o mundo da melodia, harmonia, ritmo e timbres.

E tenho a sensação de que Chang e a orquestra holandesa gostaram bastante de tocar para nossa plateia de brasileiros “batedores de palmas”. Mas espero que na próxima vinda deles ao Brasil, nossa plateia esteja mais madura e ciente de que não se deve aplaudir entre movimentos em um concerto. ;)

P.S. Quero fazer aqui um parágrafo apenas para mencionar novamente a suavidade de hoje. O p, pp e ppp (piano, pianissimo e pianississimo) destes músicos atingiram minha alma!
P.S2 O contrabaixista também merece umas palavras. Era apenas um tocando e deu conta do recado como ninguém. Performance notável!

Sarah, os 10 anos, tocando “Carmen Fantasy” de Pablo de Sarasate:

Aqui, você pode conferir Sarah tocando o terceiro movimento (presto) do Verão das Quatro Estações de Vivaldi, num Music Camp (acampamento de música) para extraordinary students (estudantes de altíssimo nível):

E abaixo, temos o vídeo da bela Concertgebouw Chamber Orchestra executando a Serenata para Cordas de Elgar:


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Christiane Torloni interpreta a polêmica Maria Callas em “Masterclass” https://paulamusique.com/christiane-torloni-masterclass-maria-callas/ https://paulamusique.com/christiane-torloni-masterclass-maria-callas/#respond Tue, 06 Mar 2018 06:17:28 +0000 http://paulamusique.com/?p=5321 – por Paula Musique – Recentemente, assisti ao espetáculo “Masterclass” escrito pelo estadunidense Terrence McNally, que tem como temática a vida da diva grega da ópera, Maria Callas (1923-1977), interpretada por Christiane Torloni. BIOGRAFIA DE MARIA CALLAS Nascida Maria Anna Sophie Cecilia Kalogeropoulos, em Nova Iorque, no ano de 1923, filha de pais gregos, a sua vida dentro e fora dos palcos fascinava o público, seja pela intensidade psicológica e plenitude vocal da interpretação...

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– por Paula Musique –

Recentemente, assisti ao espetáculo “Masterclass” escrito pelo estadunidense Terrence McNally, que tem como temática a vida da diva grega da ópera, Maria Callas (1923-1977), interpretada por Christiane Torloni.

BIOGRAFIA DE MARIA CALLAS

Nascida Maria Anna Sophie Cecilia Kalogeropoulos, em Nova Iorque, no ano de 1923, filha de pais gregos, a sua vida dentro e fora dos palcos fascinava o público, seja pela intensidade psicológica e plenitude vocal da interpretação de seus papéis, seja por sua polêmica vida pessoal. Em 1937, Maria Callas, sua mãe e irmã deixam os Estados Unidos e retornam à Grécia, devido às dificuldades financeiras e o divórcio dos pais. Lá, estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloratura Elvira de Hidalgo. Com o reconhecimento de suas habilidades, ela passou a interpretar papéis importantes nos principais palcos da ópera no mundo.

O auge de sua carreira foi nos anos 50, quando era a rainha absoluta do legendário La Scala de Milão, seu palco-base. Ela era casada com o empresário Giovan Battista Meneghini, homem muito mais velho do que ela e que foi fundamental no sucesso de sua carreira, já há 10 anos quando em 1959 iniciou um caso de amor com o magnata Aristóteles Onassis (também grego e também casado), sua carreira desacelerou e sua voz tornou-se mais frágil. Ele a abandonou para casar com Jacqueline Keneddy, a viúva do presidente John Keneddy.

Olhando assim, parece tão angelical… ;)

Seu timbre era considerado não muito “bonito” por alguns críticos que a comparavam com a beleza “convencional” no canto operístico; entretanto, o poder e profundidade de sua interpretação somados à musicalidade de seus fraseados minuciosamente executados lhe renderam o título de La Divina. Ela trazia os personagens à vida e foi a cantora lírica mais aplaudida e noticiada do século XX.

O fato de ser notícia nem sempre se devia a sua arte, mas sim às polêmicas de sua vida pessoal: os problemas que causava com maestros e cantores devido a seu temperamento forte e complicado, o affair com Onassis enquanto ambos eram casados, a relação complicada com sua mãe e a rivalidade com outras cantoras (principalmente com Renata Tebaldi). Ela era muito exigente consigo mesma e com os outros, chegando a ser rude e arrogante, às vezes.

Apesar de fazer algumas poucas aparições musicais no final de sua vida, em 1974 fez sua última turnê, com o tenor Giuseppe di Stefano.
Callas morreu sozinha em seu apartamento em Paris, em setembro de 1977.

“MASTERCLASS” – espetáculo de Terrence McNally

Nos anos 70, a soprano Maria Callas passava por um período delicado, pois o homem que amava, o multimilionário Onassis a trocara por Jacqueline Kennedy em além disso, sua voz já não era a mesma – uns dizem que o fato de ter emagrecido muito no meio de sua carreira afetou sua voz; já há especialistas que ao escutas suas interpretações dizem que percebem uma alteração vocal que pode ser consequência de uma doença degenerativa que provoca inflamação muscular e dos tecidos em geral, inclusive da laringe. Machucada no canto e na alma, La Divina buscava alívio e aceitou ministrar em 1971-72 uma série de aulas magna a 25 estudantes da Julliard School, importante escola de arte, localizada no Lincoln Center de Nova York.

Estas aulas lendárias foram acompanhadas, naquela época, por artistas, dentre eles o próprio cantor Plácido Domingo. E foi esta série de masterclasses que inspirou o dramaturgo Terrence McNally a escrever a peça Masterclass, encenada pela primeira vez na Broadway em 1995, o espetáculo foi vencedor de três prêmios Tony – que é o Oscar do teatro americano.

Com trechos de músicas de Bellini, Puccini e Verdi, a história acontece ao longo dos encontros com os alunos, que têm suas habilidades vocais testadas. Enquanto ministra as aulas, Callas faz reflexões sobre aspectos de sua vida, como a relação com Aristóteles Onassis e também com seu marido, além do desejo de ser mãe.

CRÍTICA MUSICAL: MASTERCLASS – com CHRISTIANE TORLONI

Dirigida por José Possi Neto, Masterclass não é uma biografia convencional. A trama se passa durante uma dessas aulas na Julliard School, pela qual o público fica conhecendo o nível de exigência, o perfeccionismo, a dureza, a franqueza, a elegância e até a arrogância (em alguns momentos) de Callas; tudo interpretada com muita solidez por Christiane Torloni.

A forma como a direção usa a plateia real como se fossem os alunos participando da aula é uma escolha certeira. Callas (Torloni) se volta para o público, questiona, chama para reflexão e crítica. Faz a plateia se sentir realmente numa masterclass. Os personagens dos estudantes são três, Julianne Daud, Paula Capovilla e Fred Silveira, que cantam acompanhados do ator-pianista Thiago Rodrigues e se deixam ser avaliados pela franqueza da diva.

Antes da encenação começar, a produção exibe um minidocumentário sobre a vida e a carreira da artista, contextualizando sua chegada até aquele período, o que faz com que a plateia consiga entrar mais no mundo de Callas após assistir cenas da vida da Callas real.

Geralmente, atrizes retratam Maria Callas de forma muito caricata, mas Torloni traz Callas à vida com mais naturalidade, mostrando que a atriz realmente estudou a personalidade e as nuances dos trejeitos da cantora. Torloni veste um terninho preto, usando um penteado cheio de personalidade. O cenário é simples e a peça intercala momentos da sala de aula com cenas de delírio de Callas, com imagens projetadas ao fundo e com áudios da Callas real sendo tocados, enquanto a diva divaga sobre tragédias de sua vida. A forma como Torloni interage com o seu echarpe demonstra o conhecido charme de Callas.

Torloni consegue deixar claro que a forma como Callas trata seus alunos é um espelho de uma alma abatida com um coração machucado por acontecimentos da vida pessoal e da carreira.

Torloni não canta em cena, entretanto consegue dominar o palco como diva, segura de si, firme e contagiante. Que presença de palco!

Para os amantes da música, principalmente àqueles da ópera, é um espetáculo que recomendo.

[curiosidade: a primeira versão brasileira, de 1996, teve Marília Pêra como Maria Callas]

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Cantata “Uma História Transformadora”: um jeito criativo de cantar o Natal https://paulamusique.com/cantata-de-natal-uma-historia-transformadora-um-jeito-criativo-de-cantar-o-natal/ https://paulamusique.com/cantata-de-natal-uma-historia-transformadora-um-jeito-criativo-de-cantar-o-natal/#respond Sun, 17 Dec 2017 02:48:11 +0000 http://paulamusique.com/?p=4801 – por Paula Musique – O mês de dezembro é repleto de festividades de Natal que vão deste jantares corporativos de fim de ano até inúmeras apresentações musicais e teatrais. E no quesito musical, corais e orquestras de igrejas protestantes completam suas agendas com apresentações em praças, shoppings e teatros. Hoje, assisti à “Cantata de Natal: Uma História Transformadora”, realizada pela Primeira Igreja Batista de minha cidade, no teatro da universidade federal. Em meio...

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cena cantata de natal

Foto: Acervo Próprio

– por Paula Musique –

O mês de dezembro é repleto de festividades de Natal que vão deste jantares corporativos de fim de ano até inúmeras apresentações musicais e teatrais. E no quesito musical, corais e orquestras de igrejas protestantes completam suas agendas com apresentações em praças, shoppings e teatros. Hoje, assisti à “Cantata de Natal: Uma História Transformadora”, realizada pela Primeira Igreja Batista de minha cidade, no teatro da universidade federal.

Em meio à dezenas de espetáculos de Natal, que muitos de nós já prestigiamos durante a vida, é sempre bom presenciar um evento que sai dos padrões. Se eu tivesse que escolher duas palavras que definissem esta cantata, estas seriam: FRESCOR E RENOVAÇÃO

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cena cantata de natal

Com a casa cheia, aproximadamente 900 pessoas, o cenário era composto pela casa de Zaqueu, telão com projeção de paisagens, estrebaria, espaço para orquestra de câmara, banda base, vocais e tradução em libras. Com bastante gente em palco e uma grande variedade de instrumentos, o grupo passeou por releituras do tradicional “Gloria in Excelsis Deo” e “Aleluia” de Haendel até a alegria do samba brasileiro.

Para executar os arranjos gostosos de ouvir, contaram com violinos, viola, violoncelo, flauta, sax, trompetes, trombone, tímpanos, bateria, baixo, guitarras, violão e piano. O pianista impressionou tocando um repertório de 1h30+ de duração todo de cor. Sempre que os trompetes, com a majestade que o instrumento possui, tocavam, meu olhar se dirigia aos trompetistas talentosos. Para interpretar o roteiro criativo, o elenco contou com pessoas de todas as faixas etárias, desde o bebê que representou Jesus até o senhor que fez papel de Zaqueu (e que, inclusive, dançou de alegria mostrando sua jovialidade na música do Bis). O coral infantil, os tradutores de libras e as bailarinas deram um toque especial nesta cantata de Natal.
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Música e teatro se intercalavam para transmitir a mensagem do Natal nesta bela cantata.
Zaqueu está em sua casa com seus três netos e a cada nova música chega um novo visitante. Estes visitantes são pessoas que conheceram a Jesus e contam para as crianças (que são jovens atuando de forma cômica como se fossem pequeninos) de que forma Jesus passou pela vida deles. Durante a cantata, Maria Madalena, a mulher do fluxo de sangue e Zaqueu contam e encenam os milagres. O avô explica para os netos mais sobre Jesus e responde a diversas perguntas, descrevendo então, a história do nascimento de Jesus – quando os atores de José e Maria chegam com um bebê no colo.

O espetáculo teve solos e duetos, com destaque para a solista loira e para o menino-jovem que cantou no dueto. Os vocais capricharam na afinada harmonização. Tanto a sonorização como a dinâmica em que os músicos tocavam estavam muito bem equilibradas – coisa difícil de ver, pois sabemos que alguns músicos sempre gostam de aparecer mais que os outros. O baterista representou bem sua “função de alma da banda” e tocou com uma precisão rítmica metronômica e com a intensidade perfeita, sem se sobrepor aos demais instrumentos.

SUGESTÃO: Os músicos poderiam sorrir mais e manter mais contato visual uns com os outros. A expressão facial faz muita diferença na performance e na forma que a plateia absorve a mensagem.

Parabéns ao maestro pelo brilhante trabalho e para todos os envolvidos na organização desta cantata de natal. Certamente não é fácil mobilizar tantos voluntários para chegar a um resultado assim satisfatório.

Texto importantíssimo: 30 perguntas intrigantes para você perguntar a si mesmo

cena cantata de natal

Fotos: Acervo Próprio

Já leu nosso post com OS 10 VIDEOCLIPES MAIS LEGAIS DE NATAL? Ainda não?
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Confira a nosso post com uma PLAYLIST DE NATAL COM MÚSICAS DO MUNDO INTEIRO
feita especialmente para esta época tão especial do ano.

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