Crítica Musical – Paula Musique https://paulamusique.com Um som diferente para sua vida Tue, 19 Nov 2019 20:08:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.14 Espetáculo POP Camerata Estreia em Florianópolis Causando Indignação ;) https://paulamusique.com/camerata-de-florianopolis-cic-critica-musical-pop/ https://paulamusique.com/camerata-de-florianopolis-cic-critica-musical-pop/#comments Fri, 22 Feb 2019 02:54:44 +0000 http://paulamusique.com/?p=6839 – por Paula Musique – (Recebemos milhares de visitas todos os meses por aqui -obrigada!- e, pouco a pouco, quero falar mais de artistas-destaque, pois este é um dos objetivos de conscientização do Movimento Música Nobre) O concerto que presenciei hoje me deixou exultante, ao mesmo tempo que exasperada. Indignou-me prestigiar, mais uma vez, um concerto da Camerata Florianópolis e poder contemplar tantos talentos no palco que mereceriam ter uma projeção muito maior do...

O post Espetáculo POP Camerata Estreia em Florianópolis Causando Indignação ;) apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>

Imagem: Divulgação

– por Paula Musique –

(Recebemos milhares de visitas todos os meses por aqui -obrigada!- e, pouco a pouco, quero falar mais de artistas-destaque, pois este é um dos objetivos de conscientização do Movimento Música Nobre)

O concerto que presenciei hoje me deixou exultante, ao mesmo tempo que exasperada. Indignou-me prestigiar, mais uma vez, um concerto da Camerata Florianópolis e poder contemplar tantos talentos no palco que mereceriam ter uma projeção muito maior do que têm. Sei que eles estão bem encaminhados: já tocaram no Rock in Rio para Steve Vai e em outros palcos para Zeca Baleiro e Lenine, por exemplo.

Por um lado, sinto aquele gostinho especial de: “ah, a Camerata é quase que um segredinho dos manezinhos da ilha*, é um grupo que agracia municípios do estado de Santa Catarina e outros países de vez em quando, mas no fundo, é nossa Camerata, é da ilha, e é bom que fique assim, sendo bem nossa”. Mas por outro lado, tenho aquela sensação de que deveria compartilhar deste “segredo” com o mundo todo: eles deveriam estar nos grandes canais de TV e do YouTube, deveriam ter mais seguidores e muito mais visualizações em suas redes sociais. Eles poderiam inspirar mais e mais brasileiros a buscar uma carreira na Música, a aprender um instrumento musical, a querer entender o que significa os gestos da regência e como os arranjos para uma orquestra são feitos.

Entretanto, você vê o quê? Vê um tal de Kon#&?$$% (não falo palavrão) com mais de 23 BILHÕES de visualizações no YouTube e se pergunta: “afinal, qual é o conhecimento e a cultura musical do brasileiro”? E quase sempre você e eu temos vergonha de responder esta pergunta.

Maestro Jefferson Della Rocca
Foto: Toia Oliveira

Quando falo da Camerata Florianópolis, não me refiro apenas aos músicos da orquestra de câmara e ao seu maestro Jefferson Della Rocca, mas sim ao que ela representa com sua variedade de repertório, de artistas convidados e do público que atinge. Tive estes pensamentos mencionados acima enquanto assistia o concerto sobre o qual você lerá abaixo. Mas antes, que tal conhecer um pouco sobre eles? Continue aqui comigo, não vá embora, pois vai valer a pena.

Leia mais sobre o que este blogue oferece aqui
Divirta-se aprendendo a ler partitura com exercícios automatizados
Testes seus conhecimentos sobre História da Música
A polêmica obra “O Passarinho Maluco” de Schoenberg
Pérolas dos Vestibulares de Música

.
A CAMERATA FLORIANÓPOLIS
Foi fundada em 1994 pelo maestro Jeferson Della Rocca e atua desde então, cumprindo uma agenda ativa em Santa Catarina. Estamos no Aniversário de Prata da orquestra, pois completa 25 anos. Já gravou doze CDs e dois DVDs, sendo que a produção executiva é de Maria Elita Pereira.

No Canal do YouTube os vídeos mais vistos deles são Rock’n Camerata – Ária Martern Aller Arten da Ópera O Rapto do Serralho de Mozart:

E um cover de Rolling Stones – Satisfaction do espetáculo Rock’n Camerata:


Foi o repertório camerístico que trouxe reconhecimento à orquestra, entretanto a Camerata tem se destacado e se dedicado nos últimos anos também ao trabalho sinfônico e operístico. Como se não bastasse, provando ser uma equipe de muita versatilidade e criatividade, a orquestra passou a apostar em concertos temáticos como:

– Rock’n Camerata
– Camerata in Jazz
– Tributo à MPB
– Ópera-Rock Frankenstein (autoria de Alberto Heller)
– Música para Cinema
– Marley in Camerata
– Especial Beatles

Uma das coisas que mais admiro nesta orquestra é o estímulo à composição erudita contemporânea brasileira, além da criação de arranjos camerísticos que abrangem os mais diversos estilos e gêneros musicais.

Parabenizo a produção da orquestra que entende que a “arte pela arte” (ars gratia artis) não se sustenta no século XXI – na maioria dos casos, e que é, sim, necessário ter um visão empreendedora da arte para que se possa conquistar diferentes públicos.

“Não há nobreza maior do que brilhar com a alegria de se estar no topo e, ao mesmo tempo, sorrir com a humildade de quem lembra de como tudo começou” – Paula Musique

Leitor, sente só a estratégia (não sei se foi intencional ou não por parte da direção da orquestra, mas minha visão analítica percebeu isto anos atrás com a Camerata): há muitas pessoas que dizem não gostar de música erudita, pois não entendem o que está acontecendo e acham isto chato, pois não é música para dançar ou levantar os braços e balançar (risos).  E há pessoas que não gostam de pop ou reggae, pois classificam estes como gêneros inferiores à música erudita. Pois vejam:

– pessoa (A) que é apreciadora de música erudita frequentava diversos concertos da Camerata inicialmente
– pessoa (B) que não gosta de música erudita, mas é fã de rock, MPB ou reggae vai pela primeira vez e começa a frequentar os concertos da Camerata a partir do momento que oferecem espetáculos temáticos
– pessoa (A) da música erudita é tão fã do trabalho da Camerata, que se rende a conhecer seus concertos “alternativos”, começa a enxergar outros gêneros de maneira diferente e passa a ser espectador de todas as “alternativas”
– pessoa (B) avessa à música erudita torna-se fã dos espetáculos de rock, reggae, MPB ou jazz decidindo dar uma leve chance a um concerto clássico da orquestra que ele tanto gosta. E? Beethoven e Mozart, simpaticamente interpretados, caem nas graças dele
RESULTADO: A e B têm o preconceito musical erradicado e, vez ou outra, encontram-se pelos corredores do teatro nos concertos de todos os tipos.

Assim, a orquestra também contribui para a formação de plateia e estímulo à educação musical.

Teste seus conhecimentos sobre Instrumentos Musicais
Eu, Adolescente nos Anos 90
Como escrever um Plano de Ensino Impecável
Você sabia que George Harrison (The Beatles) gravou uma música brasileira?

A “arte pela arte” (ars gratia artis) não se sustenta no século XXI – na maioria dos casos, e é necessário ter um visão empreendedora da arte para que se possa conquistar diferentes públicos – Paula Musique

Foto: Toia Oliveira

.
O ESPETÁCULO POP CAMERATA
O Teatro Ademir Rosa do Centro Integrado de Cultura (CIC) lotou e vibrou com uma plateia de quase 900 pessoas. A orquestra estreou ontem um espetáculo intitulado POP Camerata e reapresentou hoje. Os arranjos foram feitos pelo pianista e compositor Alberto Heller e nos vocais estavam Mércia Maruk, Dudu Fileti, Luana Laus e Cadu Duarte. A banda base contou com Hique D’Avila na guitarra, Baba Junior no baixo, Cristiano Forte na bateria e Alberto Heller ao piano. A supersoprano Carla Domingues fez uma participação especial.

O concerto durou 1h40, sem intervalo. A programação contou com 16 canções (mais 2 bis) e dentre elas havia arranjos desde Bee Gees, Michael Jackson e Madonna até Maroon 5, Adele e Beyonce.

Imagem: Programa do POP Camerata

Eu, particularmente, achei o repertório muito equilibrado com hits pops de várias épocas e com características distintas – escolha estratégica para agradar toda a audiência, pois cada um conseguia se identificar mais com pelo menos uma canção. Eu me identifiquei com quase todas, desde as músicas com uma pegada mais romântica até as mais dançantes.

O maestro e a orquestra estavam contagiantes. Afinação em dia e expressividade também. Observadora como sou, tento olhar nos olhos de cada artista para perceber o que estão sentindo. Usei a ajuda de meu celular para dar zoom umas vezes. Impressionante como muitos dos músicos, principalmente os violinistas tocavam com os olhos e com o corpo (“dançando violinisticamente”). Peguei alguns diversas vezes sorrindo, provando o quanto amam o que fazem e como estavam curtindo os belos arranjos de Heller. O maestro Della Rocca sempre muito simpático, conduzindo todos com profissionalismo. A banda base deu o gingado e a batida pop imprescindível ao show. Os solos de guitarra foram muito convincentes!

Foto: Toia Oliveira

E o que dizer dos vocalistas? Bela seleção de cantores convidados, todos com experiência em palco, domínio das harmonias vocais, comunicação visual nota 10 e solos impecavelmente interpretados. Pensando aqui para nomear meu cantor da noite, custei a definir um, mas escolho Mércia Maruk. Uau! Que domínio de palco é aquele? Que segurança! Desde os acessórios brilhantes usados e ritmo dos cabelos até a dança e o controle de voz, nem sei o que dizer. Miss Maruk, você merece o mar e o UK. Got it?

Tanto a equipe de sonorização quanto de iluminação fizeram um ótimo trabalho.
Ah, quando recebi a programação assim que entrei no teatro e vi que não havia Coldplay fiquei meio assim, sabe; mas “para a nossa alegria” a música final de bis foi qual? “Viva La Vida” de Coldplay. Sim. Sou muito #abençoada #sortuda. E ao fim, a plateia toda ficou de pé cantando “Ôoo ôo”.

Foto: Toia Oliveira

Minhas músicas favoritas no POP Camerata:
– Shallow – Lady Gaga
– I Will Survive – Gloria Gaynor
– This Love – Maroon 5
– Uptown Funk – Bruno Mars

Pensei e repensei para identificar algum aspecto negativo, mas não encontrei. Nenhum espetáculo ocorre 100% como planejado em seus detalhes, mas não houve NADA negativo que fosse perceptível ao público. Talvez um intervalo na metade do show teria sido bom para os músicos descansarem.

Sabe aquele tipo de concerto que todos têm de ir pelo menos uma vez na vida? Você se encanta com a qualidade, acomodado num teatro aconchegante, levanta e dança de vez em quando e depois de tudo, a caminho do estacionamento fica cantarolando as favoritas da noite e sorri quando percebe que tem mais gente fazendo isso perto de você.

Orgulho imenso de ser catarinense!

Compartilhe esta crítica com seus amigos para que eles sejam instigados a apreciar Música Nobre.

*apelido carinhoso dos nativos de “Florianopix” (“E tu? Éx manezinhu da ilha, éx?” Dix pra mim, dix ô seu istepô”)

Ficam aqui duas sugestões para a orquestra:
– Camerata Hits de Natal
– Gospel Camerata

Afinal, qual é o conhecimento e a cultura musical do brasileiro? Quase sempre você e eu temos vergonha de responder esta pergunta – Paula Musique

Deixe seu like e comente (o espaço dos comentários fica depois de todas as fotos a seguir):
Você já foi a algum espetáculo da Camerata Florianópolis? Qual sua opinião sobre o trabalho deles?
O que você acha da nossa indústria da música no Brasil?
Você acha que o brasileiro recebe a educação musical necessária para poder escolher conscientemente o que ouvir?

(RECADO/CRÉDITOS: Após ter acesso às dúzias de belíssimos registros da fotógrafa Toia Oliveira, que eu não conhecia, referentes aos dois dias de POP Camerata, tive que editar este post original e acrescentar, abaixo, mais fotos – sensacionais!)

Pianista e Arranjador Alberto Heller

Camerata Florianópolis:
PRIMEIROS VIOLINOS
Iva Giracca (spalla),
Elias Vicente,
Talita Limas,
Bruno Jacomel,
Debora Remor

SEGUNDOS VIOLINOS
Mario Marçal,
Débora Bohn,
Liz Maria Oliveira,
Elias Zanon

VIOLAS
Leonardo Piermartiri,
Mariana Barardi,
Fernanda Buratto,
Fausto Kothe

VIOLONCELOS
Ernesto Medolla,
Daniel Galvão,
Érico Schmidt,
Hugo Reggiardo

CONTRABAIXO
Gabriel Bohn

MAESTRO
Jefferson Della Rocca

PRODUTORA
Maria Elita Pereira

ARRANJADOR
Alberto Heller

PRESIDENTE
Arlete dos Santos

COORDENADOR DE PALCO
Leonardo Boechat

Lembre-se de deixar seu like e seu comentário. Isto me motiva a escrever mais.
Participe de nossas enquetes na barra lateral (computador) ou na parte inferior (smartphone) do blogue.
Siga o blogue e compartilhe com os seus amigos ;)

O post Espetáculo POP Camerata Estreia em Florianópolis Causando Indignação ;) apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>
https://paulamusique.com/camerata-de-florianopolis-cic-critica-musical-pop/feed/ 15
Sarah Chang no Brasil com a Concertgebouw Chamber Orchestra – em Florianópolis https://paulamusique.com/melhores-violinistas-sarah-chang-concertgebouw-chamber-orchestra-em-florianopolis-brasil/ https://paulamusique.com/melhores-violinistas-sarah-chang-concertgebouw-chamber-orchestra-em-florianopolis-brasil/#comments Fri, 03 Aug 2018 02:58:06 +0000 http://paulamusique.com/?p=6038 Foto: sarahchang.com – por Paula Musique – Sarah Chang no Brasil Hoje, Florianópolis recebeu uma das maiores violinistas da atualidade, Sarah Chang (EUA), juntamente com a Concertgebouw Chamber Orchestra (Holanda) para um concerto no palco do Teatro Ademir Rosa. Sarah Chang nasceu em 1980, na Filadélfia, filha de pai violinista e mãe compositora – ambos coreanos. A pequena Sarah era considerada uma criança prodígio e teve uma notável estreia aos 8 anos, quando tocou...

O post Sarah Chang no Brasil com a Concertgebouw Chamber Orchestra – em Florianópolis apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>

Foto: sarahchang.com

– por Paula Musique –

Sarah Chang no Brasil

Hoje, Florianópolis recebeu uma das maiores violinistas da atualidade, Sarah Chang (EUA), juntamente com a Concertgebouw Chamber Orchestra (Holanda) para um concerto no palco do Teatro Ademir Rosa.

Sarah Chang nasceu em 1980, na Filadélfia, filha de pai violinista e mãe compositora – ambos coreanos. A pequena Sarah era considerada uma criança prodígio e teve uma notável estreia aos 8 anos, quando tocou com a New York Philharmonic e desde então continua a impressionar audiências ao redor do mundo por seu virtuosismo e expressividade. Além de ter se apresentado com orquestras estadunidenses, tais como: New York Philharmonic, Los Angeles Philharmonic, Philadelphia Orchestra, Chicago Symphony, National Symphony Orchestra, Boston Symphony e Houston Symphony, ela também já fez turnê na Áustria, França, Alemanha, Itália, Suíça, Reino Unido, China, Japão, Singapura, Australia, Nova Zelândia e vários outros países. Ela voltou ao Brasil para apenas duas apresentações: uma em São Paulo e uma em Florianópolis. Formada pela Julliard School (New York), Srta. Chang toca em um violino Guarnieri del Gesu, de 1717, comprado por ela quando ainda era uma adolescente.

Foto: concertgebouwchamberorchestra.com

A Concertgebouw Chamber Orchestra (CCO) de Amsterdam

A Concertgebouw Chamber Orchestra (CCO) é formada por músicos da mundialmente famosa Royal Concertgebouw Orchestra de Amsterdam. A CCO tem se apresentado nas mais importantes solenidades. Suas gravações receberam da famosa BBC Music Magazine as mais altas qualificações (5 estrelas) pela técnica apurada e beleza da performance.

Veja também:

Quer aprender a ler partitura para ser um músico como Sarah Chang um dia? Leia este post.
Você consegue distinguir os diferentes sons dos instrumentos da orquestra? Jogue o Orchestra Game aqui.
Você conhece Florianópolis? Que tal fazer um passeio especial pela ilha?

O repertório preparado para os concertos no Brasil incluíram o Concerto para Dois violinos em Ré menor (BWV1043) de Bach, a Serenata Op.22 de Dvořák e As Quatro Estações de Vivaldi.

E no concerto de hoje, a Concertgebouw Chamber Orchestra me surpreendeu. Como noto cada detalhe, desde o fato de que todos os homens usaram sapatos de verniz preto até as piscadelas que os músicos de mesmo naipe davam uns aos outros, tenho que dizer que me deleitei com a sonoridade deles e o comportamento em palco. A CCO veio com 1 contrabaixo, 3 cellos, 4 violas, 1 cravo e 10 violinos (sendo um deles o concertmaster – Michael Waterman), sem a presença da figura do maestro, ou seja, o concertmaster ou a solista atuavam como “regentes”.

Sarah Chang mostrou porque é mundialmente reconhecida como uma das mais cativantes e talentosas intérpretes da música clássica. Ela é o espetáculo inteiro, dos pés a cabeça, dos sons à simpatia, da simplicidade humana ao talento não tão humano assim.

“… ela estava dentro da música e a música estava dentro dela” – Paula Musique

Foto: Acervo próprio

Primeira Parte – BACH E DVORAK

Eu estava num excelente assento. Na execução das primeiras duas peças, todos estavam de pé tocando. Ainda não tinha visto uma orquestra fazendo uma performance assim no palco do Teatro Ademir Rosa. Todos tocando alegremente, de pé, por uma hora. O concerto de Bach começou pianinho, tão suave que eu até estava preocupada me perguntando se a audiência lá do fundão conseguia ouvir. Mas toda aquela suavidade fazia parte do show de dinâmicas que eles estavam prestes a nos dar. Este é um dos pontos que eu, particularmente, observo quando vou à concertos de música erudita ou a shows de música popular. DINÂMICA. Eu sempre considerei que os músicos e cantores que fazem questão de trabalhar bem a intensidade dos sons são músicos superiores. Chang e CCO fizeram-me sentir diferentes emoções apenas pelo controle técnico de intensidade. E o que falar da violinista Jae-Won Lee (CCO) que fez duo com Chang em Bach? Uau! Técnica apuradíssima, contato visual com a solista principal, simpatia pura e capacidade de fazer a audiência perceber o diálogo que estava acontecendo entre os dois violinos.

Foto: concertgebouwchamberorchestra.com

PAUSA PARA REFLEXÃO: Como no Brasil, acha-se que Música não precisa ser curricular nas escolas e que a Arte em geral é apenas para os estudantes se divertirem, isto acaba gerando jovens e adultos que não sabem se comportar em concertos. Vou tomar partido e defender as pessoas que se “comportaram mal”, pois tenho certeza que não foi intencional, apenas não aprenderam que existem algumas regrinhas básicas para concertos: NÃO SE DEVE APLAUDIR ENTRE UM MOVIMENTO E OUTRO (acho que vou fazer um post especialmente sobre isso). Ou seja, na primeira peça, havia 3 movimentos (vivace, largo ma non tanto e allegro). Quando um movimento acaba, os músicos fazem uma brevíssima pausa para se prepararem pro próximo movimento e se a plateia começa a bater palmas, isto tira a concentração deles e corta a atmosfera que havia sido criada com o movimento anterior (explicação bem superficial). E no espetáculo de hoje, a cada movimento que terminava, metade do teatro aplaudia. Além disso, imagino que pela mudança de tempo muitos tenham ficado adoentados e havia muita gente tossindo. E às vezes, tossiam muito alto, bem na hora do pianissimo da orquestra. Novamente digo: é “porque não sabem o que fazem”. Se tivessem sido instruídos na escola, não aplaudiriam entre movimentos e aprenderiam o “etiqueta da tosse”.

Foto: sarahchang.com

Back to Chang! Tanto ela como os músicos da orquestra foram tão gentis e compreensivos que davam sorrisinhos agradáveis quando a plateia aplaudia entre movimentos. Em verdade, Sarah dava umas risadinhas fofas acompanhadas de “thank you” e dava aquela olhada pros colegas de palco. Era como se pensasse enquanto sorria: “oooh, como estes brasileiros são fofos, a maioria não sabe que isto me tira a concentração e não deveriam bater palmas, mas eu sei que fazem com boas intenções e fico feliz por saber que estão curtindo todos os movimentos de todas as peças” (risos). Houve um outro momento durante a primeira parte em que, abruptamente, a iluminação ficou mais forte e alguns músicos levaram um susto e (mais uma vez) deram uma risadinha enquanto olhavam para as partituras.

Após o concerto de Bach, Chang se retirou, sendo muito aplaudida e teve início a Serenata de Dvořák, executada somente pela orquestra. Excelente performance.

Veja também:
Você sabe quanto custou o violino mais caro vendido em leilão? Leia aqui.
Conhece a polêmica Pierrot Lunaire de Schoenberg?
Gosta do som do piano? Confira aqui os hits com destaque para o piano.

Segunda Parte – AS QUATRO ESTAÇÕES DE VIVALDI

Após o intervalo, retornamos para a segunda parte. Sarah retornou ao palco com aplausos e começaram uma das mais célebres obras musicais da história: As Quatro Estações de Vivaldi. Chang executou a peça de memória com uma desenvoltura incrível. Ela toca de um jeito que faz parecer tudo muito fácil; mas não é nada fácil. No largo da Primavera, ela já conseguiu me emocionar. Chang tocou com tanta expressividade que era como se ela fosse responsável pelo desabrochar das flores da estação. A performance da noite estava tão intensa, tão cheia de sentimento que Chang arrebentou um fio de crina do arco de seu violino durante a Primavera. Fiquei observando como ela reagiria. Bom, reagiu como a violinista de prestígio que é: continuou tocando como se nada tivesse acontecido e aquele fio ali pendurado não a abalou. Quando acabou o movimento, ela arrancou o fio de crina e, graciosamente, deu início ao Verão, aquecendo nossos corações.

Foto: sarahchang.com

Tanto no Outono quanto no Inverno, a performance da Concertgebouw Chamber Orchestra e de Sarah Chang foi, também, motivo de regozijo para os ouvidos e para os olhos. O contato visual de Sarah Chang com os músicos e a simpatia com a plateia eram perceptíveis. A expressão corporal dos músicos da CCO era sublime e a de Chang, como solista, claro que se destacava muito mais. Os intérpretes que me fascinam são aqueles que além de tocar com os dedos, tocam com os olhares e com o corpo inteiro. E assim, Sarah Chang fez: sua expressão facial revelava o tom que ela queria transmitir com cada arcada, o movimento de seus ombros, de seus braços e até mesmo de suas costas quando se inclinava para frente e para trás, convenciam-me de que ela estava dentro da música e a música estava dentro dela.

“Ela é o espetáculo inteiro, dos pés a cabeça, dos sons à simpatia, da simplicidade humana ao talento não tão humano assim” – Paula Musique

Ao fim da performance, a plateia aplaudiu de pé por alguns minutos, com alguns brados de “bravo”. Sarah murmurou algo com o concertmaster e executaram mais uma obra barroca: Ária na Corda Sol (peça que faz parte da Suíte nº 3 para Orquestra, em Ré Maior, de Bach BWV 1068 escrita para o Príncipe Leopoldo, no início do século XVIII). Em 5 segundos de execução, o público reconheceu a canção e foi possível ouvir aquele “aaaah”, num tom de suspiro gostoso.

Os músicos foram aplaudido de pé mais uma vez e saí do teatro encantada com o mundo da melodia, harmonia, ritmo e timbres.

E tenho a sensação de que Chang e a orquestra holandesa gostaram bastante de tocar para nossa plateia de brasileiros “batedores de palmas”. Mas espero que na próxima vinda deles ao Brasil, nossa plateia esteja mais madura e ciente de que não se deve aplaudir entre movimentos em um concerto. ;)

P.S. Quero fazer aqui um parágrafo apenas para mencionar novamente a suavidade de hoje. O p, pp e ppp (piano, pianissimo e pianississimo) destes músicos atingiram minha alma!
P.S2 O contrabaixista também merece umas palavras. Era apenas um tocando e deu conta do recado como ninguém. Performance notável!

Sarah, os 10 anos, tocando “Carmen Fantasy” de Pablo de Sarasate:

Aqui, você pode conferir Sarah tocando o terceiro movimento (presto) do Verão das Quatro Estações de Vivaldi, num Music Camp (acampamento de música) para extraordinary students (estudantes de altíssimo nível):

E abaixo, temos o vídeo da bela Concertgebouw Chamber Orchestra executando a Serenata para Cordas de Elgar:


Lembre-se de deixar seu like. Seu like me motiva a escrever mais. Seu like me faz escolher vir aqui escrever, em vez de ler um dos livros que estou lendo, ou assistir um filme, ou tocar piano… Got it?
Participe de nossas enquetes na barra lateral (computador) ou na parte inferior (smartphone) do blogue, somente uma vez, please.
Siga o blogue e compartilhe com os seus amigos ;)

O post Sarah Chang no Brasil com a Concertgebouw Chamber Orchestra – em Florianópolis apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>
https://paulamusique.com/melhores-violinistas-sarah-chang-concertgebouw-chamber-orchestra-em-florianopolis-brasil/feed/ 4
Christiane Torloni interpreta a polêmica Maria Callas em “Masterclass” https://paulamusique.com/christiane-torloni-masterclass-maria-callas/ https://paulamusique.com/christiane-torloni-masterclass-maria-callas/#respond Tue, 06 Mar 2018 06:17:28 +0000 http://paulamusique.com/?p=5321 – por Paula Musique – Recentemente, assisti ao espetáculo “Masterclass” escrito pelo estadunidense Terrence McNally, que tem como temática a vida da diva grega da ópera, Maria Callas (1923-1977), interpretada por Christiane Torloni. BIOGRAFIA DE MARIA CALLAS Nascida Maria Anna Sophie Cecilia Kalogeropoulos, em Nova Iorque, no ano de 1923, filha de pais gregos, a sua vida dentro e fora dos palcos fascinava o público, seja pela intensidade psicológica e plenitude vocal da interpretação...

O post Christiane Torloni interpreta a polêmica Maria Callas em “Masterclass” apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>

– por Paula Musique –

Recentemente, assisti ao espetáculo “Masterclass” escrito pelo estadunidense Terrence McNally, que tem como temática a vida da diva grega da ópera, Maria Callas (1923-1977), interpretada por Christiane Torloni.

BIOGRAFIA DE MARIA CALLAS

Nascida Maria Anna Sophie Cecilia Kalogeropoulos, em Nova Iorque, no ano de 1923, filha de pais gregos, a sua vida dentro e fora dos palcos fascinava o público, seja pela intensidade psicológica e plenitude vocal da interpretação de seus papéis, seja por sua polêmica vida pessoal. Em 1937, Maria Callas, sua mãe e irmã deixam os Estados Unidos e retornam à Grécia, devido às dificuldades financeiras e o divórcio dos pais. Lá, estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloratura Elvira de Hidalgo. Com o reconhecimento de suas habilidades, ela passou a interpretar papéis importantes nos principais palcos da ópera no mundo.

O auge de sua carreira foi nos anos 50, quando era a rainha absoluta do legendário La Scala de Milão, seu palco-base. Ela era casada com o empresário Giovan Battista Meneghini, homem muito mais velho do que ela e que foi fundamental no sucesso de sua carreira, já há 10 anos quando em 1959 iniciou um caso de amor com o magnata Aristóteles Onassis (também grego e também casado), sua carreira desacelerou e sua voz tornou-se mais frágil. Ele a abandonou para casar com Jacqueline Keneddy, a viúva do presidente John Keneddy.

Olhando assim, parece tão angelical… ;)

Seu timbre era considerado não muito “bonito” por alguns críticos que a comparavam com a beleza “convencional” no canto operístico; entretanto, o poder e profundidade de sua interpretação somados à musicalidade de seus fraseados minuciosamente executados lhe renderam o título de La Divina. Ela trazia os personagens à vida e foi a cantora lírica mais aplaudida e noticiada do século XX.

O fato de ser notícia nem sempre se devia a sua arte, mas sim às polêmicas de sua vida pessoal: os problemas que causava com maestros e cantores devido a seu temperamento forte e complicado, o affair com Onassis enquanto ambos eram casados, a relação complicada com sua mãe e a rivalidade com outras cantoras (principalmente com Renata Tebaldi). Ela era muito exigente consigo mesma e com os outros, chegando a ser rude e arrogante, às vezes.

Apesar de fazer algumas poucas aparições musicais no final de sua vida, em 1974 fez sua última turnê, com o tenor Giuseppe di Stefano.
Callas morreu sozinha em seu apartamento em Paris, em setembro de 1977.

“MASTERCLASS” – espetáculo de Terrence McNally

Nos anos 70, a soprano Maria Callas passava por um período delicado, pois o homem que amava, o multimilionário Onassis a trocara por Jacqueline Kennedy em além disso, sua voz já não era a mesma – uns dizem que o fato de ter emagrecido muito no meio de sua carreira afetou sua voz; já há especialistas que ao escutas suas interpretações dizem que percebem uma alteração vocal que pode ser consequência de uma doença degenerativa que provoca inflamação muscular e dos tecidos em geral, inclusive da laringe. Machucada no canto e na alma, La Divina buscava alívio e aceitou ministrar em 1971-72 uma série de aulas magna a 25 estudantes da Julliard School, importante escola de arte, localizada no Lincoln Center de Nova York.

Estas aulas lendárias foram acompanhadas, naquela época, por artistas, dentre eles o próprio cantor Plácido Domingo. E foi esta série de masterclasses que inspirou o dramaturgo Terrence McNally a escrever a peça Masterclass, encenada pela primeira vez na Broadway em 1995, o espetáculo foi vencedor de três prêmios Tony – que é o Oscar do teatro americano.

Com trechos de músicas de Bellini, Puccini e Verdi, a história acontece ao longo dos encontros com os alunos, que têm suas habilidades vocais testadas. Enquanto ministra as aulas, Callas faz reflexões sobre aspectos de sua vida, como a relação com Aristóteles Onassis e também com seu marido, além do desejo de ser mãe.

CRÍTICA MUSICAL: MASTERCLASS – com CHRISTIANE TORLONI

Dirigida por José Possi Neto, Masterclass não é uma biografia convencional. A trama se passa durante uma dessas aulas na Julliard School, pela qual o público fica conhecendo o nível de exigência, o perfeccionismo, a dureza, a franqueza, a elegância e até a arrogância (em alguns momentos) de Callas; tudo interpretada com muita solidez por Christiane Torloni.

A forma como a direção usa a plateia real como se fossem os alunos participando da aula é uma escolha certeira. Callas (Torloni) se volta para o público, questiona, chama para reflexão e crítica. Faz a plateia se sentir realmente numa masterclass. Os personagens dos estudantes são três, Julianne Daud, Paula Capovilla e Fred Silveira, que cantam acompanhados do ator-pianista Thiago Rodrigues e se deixam ser avaliados pela franqueza da diva.

Antes da encenação começar, a produção exibe um minidocumentário sobre a vida e a carreira da artista, contextualizando sua chegada até aquele período, o que faz com que a plateia consiga entrar mais no mundo de Callas após assistir cenas da vida da Callas real.

Geralmente, atrizes retratam Maria Callas de forma muito caricata, mas Torloni traz Callas à vida com mais naturalidade, mostrando que a atriz realmente estudou a personalidade e as nuances dos trejeitos da cantora. Torloni veste um terninho preto, usando um penteado cheio de personalidade. O cenário é simples e a peça intercala momentos da sala de aula com cenas de delírio de Callas, com imagens projetadas ao fundo e com áudios da Callas real sendo tocados, enquanto a diva divaga sobre tragédias de sua vida. A forma como Torloni interage com o seu echarpe demonstra o conhecido charme de Callas.

Torloni consegue deixar claro que a forma como Callas trata seus alunos é um espelho de uma alma abatida com um coração machucado por acontecimentos da vida pessoal e da carreira.

Torloni não canta em cena, entretanto consegue dominar o palco como diva, segura de si, firme e contagiante. Que presença de palco!

Para os amantes da música, principalmente àqueles da ópera, é um espetáculo que recomendo.

[curiosidade: a primeira versão brasileira, de 1996, teve Marília Pêra como Maria Callas]

Siga-nos nas redes sociais e compartilhe com os seus amigos.

O post Christiane Torloni interpreta a polêmica Maria Callas em “Masterclass” apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>
https://paulamusique.com/christiane-torloni-masterclass-maria-callas/feed/ 0
Cantata “Uma História Transformadora”: um jeito criativo de cantar o Natal https://paulamusique.com/cantata-de-natal-uma-historia-transformadora-um-jeito-criativo-de-cantar-o-natal/ https://paulamusique.com/cantata-de-natal-uma-historia-transformadora-um-jeito-criativo-de-cantar-o-natal/#respond Sun, 17 Dec 2017 02:48:11 +0000 http://paulamusique.com/?p=4801 – por Paula Musique – O mês de dezembro é repleto de festividades de Natal que vão deste jantares corporativos de fim de ano até inúmeras apresentações musicais e teatrais. E no quesito musical, corais e orquestras de igrejas protestantes completam suas agendas com apresentações em praças, shoppings e teatros. Hoje, assisti à “Cantata de Natal: Uma História Transformadora”, realizada pela Primeira Igreja Batista de minha cidade, no teatro da universidade federal. Em meio...

O post Cantata “Uma História Transformadora”: um jeito criativo de cantar o Natal apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>
cena cantata de natal

Foto: Acervo Próprio

– por Paula Musique –

O mês de dezembro é repleto de festividades de Natal que vão deste jantares corporativos de fim de ano até inúmeras apresentações musicais e teatrais. E no quesito musical, corais e orquestras de igrejas protestantes completam suas agendas com apresentações em praças, shoppings e teatros. Hoje, assisti à “Cantata de Natal: Uma História Transformadora”, realizada pela Primeira Igreja Batista de minha cidade, no teatro da universidade federal.

Em meio à dezenas de espetáculos de Natal, que muitos de nós já prestigiamos durante a vida, é sempre bom presenciar um evento que sai dos padrões. Se eu tivesse que escolher duas palavras que definissem esta cantata, estas seriam: FRESCOR E RENOVAÇÃO

.
Quer mais posts sobre Natal? Olhe o que temos:

15 Ideias de Natal para a sua Igreja
Mais 10 Ideias para seu Culto de Natal
Ideias para seu Natal em Casa
Playlist de Natal com Canções do Mundo Todo
Os Melhores Clipes de Natal
Decoração de Natal Musicada
Partituras de Natal para você Baixar

cena cantata de natal

Com a casa cheia, aproximadamente 900 pessoas, o cenário era composto pela casa de Zaqueu, telão com projeção de paisagens, estrebaria, espaço para orquestra de câmara, banda base, vocais e tradução em libras. Com bastante gente em palco e uma grande variedade de instrumentos, o grupo passeou por releituras do tradicional “Gloria in Excelsis Deo” e “Aleluia” de Haendel até a alegria do samba brasileiro.

Para executar os arranjos gostosos de ouvir, contaram com violinos, viola, violoncelo, flauta, sax, trompetes, trombone, tímpanos, bateria, baixo, guitarras, violão e piano. O pianista impressionou tocando um repertório de 1h30+ de duração todo de cor. Sempre que os trompetes, com a majestade que o instrumento possui, tocavam, meu olhar se dirigia aos trompetistas talentosos. Para interpretar o roteiro criativo, o elenco contou com pessoas de todas as faixas etárias, desde o bebê que representou Jesus até o senhor que fez papel de Zaqueu (e que, inclusive, dançou de alegria mostrando sua jovialidade na música do Bis). O coral infantil, os tradutores de libras e as bailarinas deram um toque especial nesta cantata de Natal.
.

Quer mais posts sobre Natal? Olhe o que temos:

15 Ideias de Natal para a sua Igreja
Mais 10 Ideias para seu Culto de Natal
Ideias para seu Natal em Casa
Playlist de Natal com Canções do Mundo Todo
Os Melhores Clipes de Natal
Decoração de Natal Musicada
Partituras de Natal para você Baixar

Música e teatro se intercalavam para transmitir a mensagem do Natal nesta bela cantata.
Zaqueu está em sua casa com seus três netos e a cada nova música chega um novo visitante. Estes visitantes são pessoas que conheceram a Jesus e contam para as crianças (que são jovens atuando de forma cômica como se fossem pequeninos) de que forma Jesus passou pela vida deles. Durante a cantata, Maria Madalena, a mulher do fluxo de sangue e Zaqueu contam e encenam os milagres. O avô explica para os netos mais sobre Jesus e responde a diversas perguntas, descrevendo então, a história do nascimento de Jesus – quando os atores de José e Maria chegam com um bebê no colo.

O espetáculo teve solos e duetos, com destaque para a solista loira e para o menino-jovem que cantou no dueto. Os vocais capricharam na afinada harmonização. Tanto a sonorização como a dinâmica em que os músicos tocavam estavam muito bem equilibradas – coisa difícil de ver, pois sabemos que alguns músicos sempre gostam de aparecer mais que os outros. O baterista representou bem sua “função de alma da banda” e tocou com uma precisão rítmica metronômica e com a intensidade perfeita, sem se sobrepor aos demais instrumentos.

SUGESTÃO: Os músicos poderiam sorrir mais e manter mais contato visual uns com os outros. A expressão facial faz muita diferença na performance e na forma que a plateia absorve a mensagem.

Parabéns ao maestro pelo brilhante trabalho e para todos os envolvidos na organização desta cantata de natal. Certamente não é fácil mobilizar tantos voluntários para chegar a um resultado assim satisfatório.

Texto importantíssimo: 30 perguntas intrigantes para você perguntar a si mesmo

cena cantata de natal

Fotos: Acervo Próprio

Já leu nosso post com OS 10 VIDEOCLIPES MAIS LEGAIS DE NATAL? Ainda não?
Então clique aqui e leia sobre o assunto após terminar este post que você está lendo.

Confira a nosso post com uma PLAYLIST DE NATAL COM MÚSICAS DO MUNDO INTEIRO
feita especialmente para esta época tão especial do ano.

Lembre-se de deixar seu like. Seu like me motiva a escrever mais.
Participe de nossas enquetes na barra lateral (computador) ou na parte inferior (smartphone) do blogue.
Siga o blogue e compartilhe com os seus amigos ;)

O post Cantata “Uma História Transformadora”: um jeito criativo de cantar o Natal apareceu primeiro em Paula Musique.

]]>
https://paulamusique.com/cantata-de-natal-uma-historia-transformadora-um-jeito-criativo-de-cantar-o-natal/feed/ 0