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A alegria não está nas coisas: está em nós
Richard Wagner
Playlists com músicas especiais para você

– por Paula Musique –

Este post é dedicado a professores e aprendizes, ou seja, a todos nós, pois sempre temos algo a ensinar e estamos sempre aprendendo algo novo. Se você está atuando como professor, leia este post considerando de que forma você pode adequar sua didática para que seus alunos possam reter o máximo de informações; e se você é estudante, pense nas melhores estratégias para você aumentar sua taxa de retenção durante os estudos, principalmente se você é concurseiro ou vestibulando.

A PIRÂMIDE DO APRENDIZADO
Quer saber o segredo das pessoas que se dão muito bem em provas sem estudar 24h por dia? A segredo do sucesso não está no quanto você estuda, mas em como você estuda. Há muito debate quanto a este estudo. Algumas porcentagens da pirâmide mudam um pouco e até a ordem dos itens, dependendo da fonte pesquisada. Edgar Dale, um perito em educação por métodos audiovisuais, criou um modelo em 1946 e explanou em seu livro sobre métodos audiovisuais no ensino; entretanto, estudiosos dizem que com o passar do tempo o estudo dele foi alterado e adaptado para a pirâmide que temos hoje. Atribui-se a pirâmide atual ao NTL Institute, em Bethel, no Maine (EUA). Muitos acadêmicos propagam a teoria da Pirâmide do Aprendizado, enquanto outros questionam a veracidade dela. Vale dizer que esta teoria se refere ao aprendizado de jovens e adultos (andragogia).

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A pirâmide mostra que ENSINAR É APRENDER! Ela propõe que métodos participativos são mais efetivos em comparação aos métodos passivos e ordena métodos de acordo com a taxa de retenção do conhecimento ensinado, afirmando o quanto aprendemos, assim:

5% quando assistimos palestras/aulas;
10% quando lemos;
20% quando ouvimos e vemos (exceto palestras/aulas);
30% quando observamos uma demonstração;
50% quando discutimos com outros;
75% quando fazemos;
90% quando ensinamos aos outros.

“O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo” – Confúcio

Os métodos e ferramentas/recursos de ensino-aprendizagem são inúmeros e cabe ao professor conhecer o perfil de sua turma e qual a maneira mais eficiente de transmitir conhecimentos e de como ser um facilitador para que o aluno se desenvolva sem depender totalmente do professor. Eu sugiro mesclar métodos e recursos beneficiando, assim, todas as pessoas, visto que cada uma é única e tem sua melhor forma de aprender. A Pirâmide sugere métodos participativos como sendo os mais eficientes e numa próxima publicação vamos exemplificar atividades que podem ser aplicadas em sala de aula.

Já no caso de você ser um vestibulando ou concurseiro, é necessário fazer uma autoanálise para conhecer de que forma você melhor retém conhecimento e investir mais tempo estudando daquela maneira.

via GIPHY

Conforme mencionei, cada pessoa é singular e existem exceções, então, talvez, para você o melhor método de estudo para retenção de informações seja através da leitura ou de vídeo-aulas; mas pesquisas são importantes para entendermos a nós mesmos e como a maioria se comporta, até mesmo quando a pesquisa aponta para uma direção contrária ao que é verdadeiro para nós.

Para ler sobre atividades para você realizar,
objetivando aumentar seu nível de retenção do conteúdo, clique aqui.
“A decoreba é como a PAIXÃO, ela passa e você esquece;
o verdadeiro aprendizado é como o AMOR, ele fica para sempre”

AUTOANÁLISE: O MEU JEITO DE APRENDER

1. Ensinando outros
Quando li sobre a Pirâmide do Aprendizado, eu gostei muito, pois se aplica bem a minha forma de aprender. Realmente, eu retenho melhor as informações que ensino a outros. Como professora de música, apesar de ter estudado sobre a vida de todos os principais compositores da História da Música, se eu tiver que falar para você, neste momento, fatos sobre a vida e aspectos de composição de famosos compositores, eu poderei falar com fluência apenas daqueles que eu comumente ensino para meus alunos. Apesar de ter estudado Prokofiev, Bizet e Rossini na universidade, por eu não falar deles aos meus alunos, o máximo que lembro deles é o país de origem e algumas obras de destaque. Entretanto, posso falar muito de Bach, Mozart, Beethoven, Chopin e Liszt, por exemplo, visto que são alguns dos compositores que mais falo em aula.

“Ensinar é aprender duas vezes” – Joseph Joubert

2. Praticando/Fazendo
Se estou participando de um Curso de Harmonia e o professor fica falando e escrevendo no quadro ou até mesmo fazendo demonstrações ao piano e eu fico ali, somente assistindo, é bem provável que quando eu chegar em casa não lembre muita coisa daquela aula para eu tocar ao piano. Se eu tiver feito muitas anotações, aí eu posso executar muito mais ao piano; porém, se durante a aula o professor explica e eu executo ali na hora, aí sim, minha taxa de retenção vai lá pro topo, pois minha memória está sendo estimulada por vários sentidos: tátil, auditivo e visual. Se duvidar, estou até sentido o cheirinho das notas musicais tocadas. #quemmedera

“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer” – Aristóteles

3. Discutindo
Nossa! Discutir é muito importante pra mim no processo de aprendizado. Perguntar o quê, por quê e como e, também, poder concordar, discordar e debater sobre o assunto ajuda muito em meu processo de aprendizado, bem como de memorização de dados. Lembro-me das aulas de Religião no colégio em que o professor dividia a turma em dois grupos e os ‘debatedores oficiais’ tinham que argumentar muito bem para defender sua posição.

4. Demonstrando
Aprendo bem quando demonstram para mim, mas aprendo melhor se eu fizer também (item 2). Um professor me marcou bastante, ele era meu profe de Ciências, num colégio no Rio de Janeiro. Para nos explicar sobre o Reino Animal, ele levava a turma para o pequeno laboratório e mostrava vários bichinhos em potes de vidro (meio bizarro se repensar agora), mas eu aprendi bastante a parte dos animais quando o professor os abria e mostrava por dentro. :S

5. “Audiovisualizando”
Eu gosto de aprender assistindo vídeos instrucionais no YouTube ou brincando com aplicativos educativos no celular, mas para me ajudar a memorizar e/ou aprender, eu tenho que ao menos escrever.

6. Lendo
Gente, eu amo ler. Mas se estou lendo um livro técnico, além de colori-lo todo nas partes que acho importante, eu também tenho de fazer anotações nas laterais, pois preciso escrever. Somente ler não funciona muito pra mim. Em época de provas, eu chamava minha mãe pra ser minha aluna e ensinava o que estava estudando para reter melhor as informações lidas.

7. Assistindo aulas ou palestras
Haha. Se eu apenas ouvir, a chance de eu esquecer tudo no dia seguinte é de 99%. Se o professor ou palestrante for daqueles no estilo cursinho pré-vestibular, que contam piada, cantam, dançam e dão piruetas na sala de aula, aí a chance de eu esquecer reduz para 90%. ;) Eu tenho de escrever, eu tenho de falar em voz alta.

Aprenda como escrever um PLANO DE ENSINO impecável baixando o roteiro aqui

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Foto da classe da Srta. Bowls numa escola para meninas no ano de 1905 (não muito diferente do que temos em 2017) :S

– – –
Sempre fui ótima aluna nos colégios e nas universidades, mas eu não conseguiria tirar 10 na prova de Física sobre Eletromagnetismo só de ouvir as aulas, muito menos tiraria nota 10 na prova de Matemática sobre Trigonometria se não praticasse fazendo vários exercícios. Tanto no ensino médio quanto na universidade, sempre gostei de compor paródias para tocar, cantar e até apresentar para os colegas. Já cantei sobre lisossomos e mitocôndrias, sobre a Revolução Industrial e doação sanguínea. Até a Macabéa (pobrezinha!) d’A Hora da Estrela de Clarice Lispector foi musicada. Época divertida! Dizem que quando o aprendizado está vinculado à diversão, a retenção é muito maior.

– – –
Penso que esta pesquisa quanto à Pirâmide é complexa, pois não é fácil descobrir e afirmar com certeza de que forma a maioria dos cérebros aprende e depois colocar isto em estatísticas. Mas reconheço que estas pesquisas são válidas, pois nos trazem à reflexão e levantam um debate necessário na área da Educação.

– – –
Vamos conversar.
A Pirâmide do Aprendizado se encaixa com sua realidade também ou não? Como você aprende?
De que forma você percebe que sua turma retém mais informações?

Você ensina outros como estratégia para seu próprio aprendizado? Você estimula seus alunos a ensinarem outros para que eles absorvam melhor o conhecimento?

[Para ler sobre o post onde sugerimos algumas atividades para você realizar,
objetivando aumentar seu nível de retenção do conteúdo, clique aqui.
“A decoreba é como a PAIXÃO, ela passa e você esquece;
o verdadeiro aprendizado é como o AMOR, ele fica para sempre”]

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Paula Musique
Viver vai muito além de realizar meus próprios sonhos, pois posso dar as mãos ao próximo e ajudá-lo a realizar seus sonhos também & a vida fica muito melhor com Música.
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  1. Ygor 29/12/2017

    Concordo plenamente com a afirmação de que a melhor maneira de aprender é ensinando, baseado em experiência própria, antes de dar aulas de inglês não me preocupava muito em entender certos detalhes, que na época considerava irrelevantes, mas quando vi que para sanar certas duvidas dos alunos é necessário um entendimento pleno do assunto, pude me aprofundar muito mais.
    Diria que ao procurar maneiras de facilitar o entendimento é possível ir além no conhecimento, uma vez que a atenção aos detalhes e fundamentos é redobrada.

    • Paula Musique respondeu Ygor 02/01/2018

      Nossa! Excelente observação, Ygor!
      É assim mesmo. Não somos detentores de todo o conhecimento. Muitas vezes, os alunos perguntam sobre algo que não sabemos e temos de ir mais a fundo, pesquisar mais e assim, aprendemos mais! :D Então, de certa forma, SER PROFESSOR É TAMBÉM SER ALUNO! ;)

  2. Luiz Villarroel 01/02/2019

    Belo post!

    Concordo 100% A visão de aprendizagem continuada é exatamente isso!
    parabéns pelo post, Paula.

    • Paula Musique respondeu Luiz Villarroel 08/02/2019

      Olá, Luiz! Obrigada.
      Volte sempre para conferir nosso conteúdo e deixar sua contribuição.
      :)

  3. Luciano Starling 17/02/2019

    Oi!
    Direto na faculdade a gente conversa sobre a eficiência dos diferentes tipos de aprendizado, e achei interessantíssimo ver que tem gente estudando isso pra valer! Eu percebo que aprendo muito mais ensinando do que de qualquer outro jeito, e que assistir a uma aula é a mesma coisa de não assistir, esqueço quase que instantaneamente, hehehe
    Abraços,
    Luciano | Literalize-se

  4. Está aí um assunto complexo mesmo. Acho que sou do tipo que gosto de aprender sozinha, com vídeo aula e fazendo. Acho que por a mão na massa é muito importante pra o meu aprendizado. Depois que eu acho que aprendi, aí gosto da etapa de ensinar e discutir, isso ajuda a reforçar o aprendizado. Muito bom seu post. Explicativo e muito necessário.

  5. Amanda 17/02/2019

    Estou estudando pra me tornar professora então seu post veio bem a calhar! E concordo que quando ensinamos aos outros é quando mais aprendemos. Achei bem interessante a divisão das formas de apredizagem.

  6. Luana Souza 17/02/2019

    Achei seu artigo incrível. Nos últimos tempos eu ando só essa menininha do gif se debruçando em cima da carteira, BUT, também tenho procurado formas de fazer minhas horas de estudo renderem mais. Acho que cada um tem um modo pessoal que é “o melhor”, mas também há coisas que ajudam a todos, como por exemplo explicar a matéria para alguém (funcionava comigo na época de escola hehe). É muito legal ver pessoas falando dos diferentes tipos de aprendizagem, e esses dias mesmo estava vendo um vídeo que tratava disso :)

  7. Antonio Carrilho Farias 23/04/2021

    O trabalho ficou tão interessante que compartilhei, inclusive divulgando na minha página no Linkedin. Parabéns!

    • Paula Musique respondeu Antonio Carrilho Farias 06/05/2021

      Que bom, Antonio! Fico feliz que tenha gostado. Obrigada!
      É um assunto importante :)

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