A Pirâmide do Aprendizado: como estudar melhor? (para vestibulandos, concurseiros e professores)
– por Paula Musique –
Este post é dedicado a professores e aprendizes, ou seja, a todos nós, pois sempre temos algo a ensinar e estamos sempre aprendendo algo novo. Se você está atuando como professor, leia este post considerando de que forma você pode adequar sua didática para que seus alunos possam reter o máximo de informações; e se você é estudante, pense nas melhores estratégias para você aumentar sua taxa de retenção durante os estudos, principalmente se você é concurseiro ou vestibulando.
A PIRÂMIDE DO APRENDIZADO
Quer saber o segredo das pessoas que se dão muito bem em provas sem estudar 24h por dia? A segredo do sucesso não está no quanto você estuda, mas em como você estuda. Há muito debate quanto a este estudo. Algumas porcentagens da pirâmide mudam um pouco e até a ordem dos itens, dependendo da fonte pesquisada. Edgar Dale, um perito em educação por métodos audiovisuais, criou um modelo em 1946 e explanou em seu livro sobre métodos audiovisuais no ensino; entretanto, estudiosos dizem que com o passar do tempo o estudo dele foi alterado e adaptado para a pirâmide que temos hoje. Atribui-se a pirâmide atual ao NTL Institute, em Bethel, no Maine (EUA). Muitos acadêmicos propagam a teoria da Pirâmide do Aprendizado, enquanto outros questionam a veracidade dela. Vale dizer que esta teoria se refere ao aprendizado de jovens e adultos (andragogia).
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A pirâmide mostra que ENSINAR É APRENDER! Ela propõe que métodos participativos são mais efetivos em comparação aos métodos passivos e ordena métodos de acordo com a taxa de retenção do conhecimento ensinado, afirmando o quanto aprendemos, assim:
5% quando assistimos palestras/aulas;
10% quando lemos;
20% quando ouvimos e vemos (exceto palestras/aulas);
30% quando observamos uma demonstração;
50% quando discutimos com outros;
75% quando fazemos;
90% quando ensinamos aos outros.
“O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo” – Confúcio
Os métodos e ferramentas/recursos de ensino-aprendizagem são inúmeros e cabe ao professor conhecer o perfil de sua turma e qual a maneira mais eficiente de transmitir conhecimentos e de como ser um facilitador para que o aluno se desenvolva sem depender totalmente do professor. Eu sugiro mesclar métodos e recursos beneficiando, assim, todas as pessoas, visto que cada uma é única e tem sua melhor forma de aprender. A Pirâmide sugere métodos participativos como sendo os mais eficientes e numa próxima publicação vamos exemplificar atividades que podem ser aplicadas em sala de aula.
Já no caso de você ser um vestibulando ou concurseiro, é necessário fazer uma autoanálise para conhecer de que forma você melhor retém conhecimento e investir mais tempo estudando daquela maneira.
Conforme mencionei, cada pessoa é singular e existem exceções, então, talvez, para você o melhor método de estudo para retenção de informações seja através da leitura ou de vídeo-aulas; mas pesquisas são importantes para entendermos a nós mesmos e como a maioria se comporta, até mesmo quando a pesquisa aponta para uma direção contrária ao que é verdadeiro para nós.
Para ler sobre atividades para você realizar,
objetivando aumentar seu nível de retenção do conteúdo, clique aqui.
“A decoreba é como a PAIXÃO, ela passa e você esquece;
o verdadeiro aprendizado é como o AMOR, ele fica para sempre”
AUTOANÁLISE: O MEU JEITO DE APRENDER
1. Ensinando outros
Quando li sobre a Pirâmide do Aprendizado, eu gostei muito, pois se aplica bem a minha forma de aprender. Realmente, eu retenho melhor as informações que ensino a outros. Como professora de música, apesar de ter estudado sobre a vida de todos os principais compositores da História da Música, se eu tiver que falar para você, neste momento, fatos sobre a vida e aspectos de composição de famosos compositores, eu poderei falar com fluência apenas daqueles que eu comumente ensino para meus alunos. Apesar de ter estudado Prokofiev, Bizet e Rossini na universidade, por eu não falar deles aos meus alunos, o máximo que lembro deles é o país de origem e algumas obras de destaque. Entretanto, posso falar muito de Bach, Mozart, Beethoven, Chopin e Liszt, por exemplo, visto que são alguns dos compositores que mais falo em aula.
“Ensinar é aprender duas vezes” – Joseph Joubert
2. Praticando/Fazendo
Se estou participando de um Curso de Harmonia e o professor fica falando e escrevendo no quadro ou até mesmo fazendo demonstrações ao piano e eu fico ali, somente assistindo, é bem provável que quando eu chegar em casa não lembre muita coisa daquela aula para eu tocar ao piano. Se eu tiver feito muitas anotações, aí eu posso executar muito mais ao piano; porém, se durante a aula o professor explica e eu executo ali na hora, aí sim, minha taxa de retenção vai lá pro topo, pois minha memória está sendo estimulada por vários sentidos: tátil, auditivo e visual. Se duvidar, estou até sentido o cheirinho das notas musicais tocadas. #quemmedera
“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer” – Aristóteles
3. Discutindo
Nossa! Discutir é muito importante pra mim no processo de aprendizado. Perguntar o quê, por quê e como e, também, poder concordar, discordar e debater sobre o assunto ajuda muito em meu processo de aprendizado, bem como de memorização de dados. Lembro-me das aulas de Religião no colégio em que o professor dividia a turma em dois grupos e os ‘debatedores oficiais’ tinham que argumentar muito bem para defender sua posição.
4. Demonstrando
Aprendo bem quando demonstram para mim, mas aprendo melhor se eu fizer também (item 2). Um professor me marcou bastante, ele era meu profe de Ciências, num colégio no Rio de Janeiro. Para nos explicar sobre o Reino Animal, ele levava a turma para o pequeno laboratório e mostrava vários bichinhos em potes de vidro (meio bizarro se repensar agora), mas eu aprendi bastante a parte dos animais quando o professor os abria e mostrava por dentro. :S
5. “Audiovisualizando”
Eu gosto de aprender assistindo vídeos instrucionais no YouTube ou brincando com aplicativos educativos no celular, mas para me ajudar a memorizar e/ou aprender, eu tenho que ao menos escrever.
6. Lendo
Gente, eu amo ler. Mas se estou lendo um livro técnico, além de colori-lo todo nas partes que acho importante, eu também tenho de fazer anotações nas laterais, pois preciso escrever. Somente ler não funciona muito pra mim. Em época de provas, eu chamava minha mãe pra ser minha aluna e ensinava o que estava estudando para reter melhor as informações lidas.
7. Assistindo aulas ou palestras
Haha. Se eu apenas ouvir, a chance de eu esquecer tudo no dia seguinte é de 99%. Se o professor ou palestrante for daqueles no estilo cursinho pré-vestibular, que contam piada, cantam, dançam e dão piruetas na sala de aula, aí a chance de eu esquecer reduz para 90%. ;) Eu tenho de escrever, eu tenho de falar em voz alta.
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Sempre fui ótima aluna nos colégios e nas universidades, mas eu não conseguiria tirar 10 na prova de Física sobre Eletromagnetismo só de ouvir as aulas, muito menos tiraria nota 10 na prova de Matemática sobre Trigonometria se não praticasse fazendo vários exercícios. Tanto no ensino médio quanto na universidade, sempre gostei de compor paródias para tocar, cantar e até apresentar para os colegas. Já cantei sobre lisossomos e mitocôndrias, sobre a Revolução Industrial e doação sanguínea. Até a Macabéa (pobrezinha!) d’A Hora da Estrela de Clarice Lispector foi musicada. Época divertida! Dizem que quando o aprendizado está vinculado à diversão, a retenção é muito maior.
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Penso que esta pesquisa quanto à Pirâmide é complexa, pois não é fácil descobrir e afirmar com certeza de que forma a maioria dos cérebros aprende e depois colocar isto em estatísticas. Mas reconheço que estas pesquisas são válidas, pois nos trazem à reflexão e levantam um debate necessário na área da Educação.
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Vamos conversar.
A Pirâmide do Aprendizado se encaixa com sua realidade também ou não? Como você aprende?
De que forma você percebe que sua turma retém mais informações?
Você ensina outros como estratégia para seu próprio aprendizado? Você estimula seus alunos a ensinarem outros para que eles absorvam melhor o conhecimento?
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