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16 de abril de 2020
uma leitura de 7 minutos

A Mágica da Leitura à Primeira Vista

Existem músicos com excelente leitura à primeira vista. Mas o que de fato acontece? Existe genialidade ou divindade nesta incrível habilidade?

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[escrevi este artigo originalmente em inglês]

– por Paula Musique –

A MÁGICA DA LEITURA À PRIMEIRA VISTA

– Eu não sabia que você era um gênio!
– Você já tocou esta sonata antes?
– Você tem um talento que vem de Deus.
– Deixe-me lhe mostrar como eu leio e toco este prelúdio para você entender por que estou elogiando você.
– Agora é a sua vez para que possamos comparar.
– Por favor, você está convocada para tocar uma peça à quatro mãos comigo neste semestre.
– Como você faz isto?
– O que tem no seu cérebro?
– Você acabou de abrir a música e ‘boom’ – sua leitura à primeira vista é como mágica!
– Mágica?

Este era o tom de algumas conversas que meus colegas tinham comigo na universidade, no Departamento de Música. Em uma das primeiras, eu e alguns colegas estávamos numa grande sala com um piano em nossa primeira semana de aula na universidade. Calourinhos entre 17 e 20 anos de idade – e nós já sabendo que eu era a menina caçula da turma inteira de 40 alunos. Eu já dando aquelas olhadinhas para ver qual era o mais lindinho, o mais engraçado ou mais inteligente – você sabe como é, né? Averiguando as possibilidades para ter um possível namora musical. Okay, melhor eu voltar para o assunto do texto.

Todos nós tínhamos recém ido à biblioteca buscar coletâneas de partituras para examinar e selecionar algumas opções que poderiam fazer parte do repertório de cada um para aquele semestre na disciplina prática de Piano – éramos alunos de Licenciatura em Música e de Bacharelado em Piano.

Alguns estavam escolhendo peças que já haviam tocado antes da faculdade e outros estavam curiosos quanto a estudos, sonatas, prelúdios, fugas, danças e rapsódias querendo optar por peças que nunca tinham executado antes. Tínhamos ali obras de Chopin, Beethoven, Liszt, Mozart, Bach, Bartók e outros.

E assim que eles perceberam que eu possuía “leitura mágica à primeira vista“, eles escolheram uma série de peças para que eu tocasse enquanto eles ficavam ali – alguns sentados e outros do meu lado virando as páginas e com cara de surpresa. Entre comentários engraçados e muita risada, eu estava me sentindo analisada.

Havia um colega que achava que eu estava mentindo ao dizer que nunca tinha tocado aquelas peças das partituras que eles escolhiam.

Em meio a este “momento da análise laboratorial”, pela primeira vez em minha vida, tive alguém conversando seriamente comigo sobre leitura à primeira vista. Nem minhas professoras de piano falavam especificamente sobre este assunto. Elas diziam que eu lia muito bem e deixava as peças prontas para recital com muita brevidade; porém, não falavam sobre o tema “leitura à primeira vista”.

Naquele dia, eu estava tendo a oportunidade de assistir outras pessoas lendo à prima vista a mesma partitura que eu, bem ali em minha frente para que eu pudesse perceber os diferentes níveis de leitura musical. Eu fiquei tímida diante dos elogios dos colegas e os negava dizendo que eles provavelmente liam como eu – pensava assim pois os vi nos dias anteriores executando muito bem peças complexas ao piano. Porém, tive que aceitar a opinião deles após me mostrarem a forma como liam – uns tinham mais destreza e outros se descreviam como “catando milho“. Foi engraçado, pois era como se eles estivessem muito animados, sentindo-se como cientistas analisando uma amostra (eu) e muito empolgados por descobrirem alguém com um “talento especial”. Eles eram alunos do Bacharelado em Piano e queriam me convencer a transferir minha matrícula da Licenciatura em Música para o Bacharelado. Alguns colegas estudavam piano desde os 5 anos. Eu tinha 17 anos e tocava piano fazia 5 anos. Mágica?

Ao entrar na faculdade, eu pude ter uma visão mais panorâmica de tudo na Música. Comecei a questionar minha visão, conceitos e práticas. Apesar dos adjetivos exagerados de meus colegas no início deste texto, cheguei a entender o que eles queriam dizer. A partir daquele dia, comecei a me analisar para descobrir se minhas habilidades de leitura eram um presente de Deus, se havia alguma conexão diferente no meu cérebro ou se era outra coisa. Mágica?

Comecei a pesquisar e conversar com meus professores sobre isto. Eu comecei a analisar minhas estratégias de ensino – pois já era professora de piano -, e minhas técnicas de aprendizagem, rotina de estudos, prática de música de câmara e quais gêneros musicais faziam parte de meu repertório. Eu me avaliava me perguntando se alguns traços de personalidade também faziam parte da “leitura mágica”. Ser curiosa, detalhista, analítica, lógica e com habilidades matemáticas influenciaria em minha leitura? Além disso, entrei no mundo da pesquisa e descobri artigos científicos nos quais encontrei explicações mais sólidas sobre o assunto.

// “Ser curiosa, detalhista, analítica, lógica e com habilidades matemáticas
influenciaria em minha leitura?”

Costuma-se dizer que leitura à primeira vista é um tópico empolgante, porque entra-se no debate sobre boas práticas de estudo versus talento natural (ou mágica!). Para estudar este assunto, é necessário uma combinação de conhecimentos de diferentes áreas como Música, Pedagogia, Psicologia, Neurologia, Administração e Sociologia, por exemplo.

Quanto um professor de piano pode influenciar nas habilidades de leitura à primeira vista de seus alunos? Alguns cérebros seriam naturalmente mais analíticos e com fortes traços de concentração do que outros? Qual o impacto do planejamento e da gestão do tempo no desenvolvimento da leitura musical? Os pianistas de alguns países e culturas são mais propensos a serem habilidosos na leitura?

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(continua abaixo)

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Curiosamente, Richards (1996) comenta que os símbolos musicais formam a fotografia da composição e ele define a leitura musical como a transformação de símbolos musicais em seus sons correspondentes. O autor explica que ler música é uma arte mental altamente complexa que envolve: ver símbolos, transmitir símbolos para centros de pensamento, enviando sinais ao corpo e emitindo um som. Ele diz que para pianistas avançados, o processo também envolve a “imaginação dos sons”, sabendo como a música deve soar antes mesmo de ser reproduzida.

McPherson (1995/6) identificou cinco habilidades distintas para tocar instrumentos: ler pela primeira vez, tocar músicas já ensaiadas, tocar de memória, tocar de ouvido e improvisar. Da mesma forma, Hallam (1998) nomeou essas habilidades como auditivas, cognitivas, técnicas, musicais, de desempenho e de aprendizado. Todas essas habilidades são necessárias para músicos, embora se reconheça que cada um tenha seu próprio conjunto de pontos fortes e pontos fracos, sendo aconselhados a potencializar os pontos fortes e encontrar maneiras de lidar ou corrigir os pontos fracos.

Geralmente, como enfatizado em algumas pesquisas, a leitura à primeira vista é uma das cinco habilidades que os pianistas de nível inicial mais têm medo. Segundo Adamyan (2018), eles descobriram que a maioria dos adultos que são iniciantes ao piano queixam-se da dificuldade de ler à primeira vista duas claves simultaneamente em uma partitura de piano e sobre a dificuldade de coordenar as duas mãos ao mesmo tempo. Também diziam que é difícil para eles perceberem o ritmo das figuras com o andamento ao ler música.

Quando a leitura musical se torna uma barreira ao prazer de aprender piano ou se torna um impedimento à preparação eficaz do repertório, é preciso pensar em estratégias para remover essas barreiras. Allen (2013) mostra em seu estudo como os alunos se sentiam intimidados ao ler música e estavam muito preocupados em tocar a nota certa. Os estudantes estavam mais interessados em improvisação livre, quando não há preocupações com o certo e o errado, resultando em níveis mais baixos de ansiedade.

Professores de piano precisam conhecer estratégias para guiar seus alunos à leitura à primeira vista livre de ansiedade. Às vezes, há um prazo para os pianistas prepararem um repertório para um concerto, concurso ou prova e estratégias inteligentes de leitura facilitam toda a prática musical, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade causados por não saber se o repertório estará pronto dentro do prazo ou se haverá tempo disponível para se dedicar a outros aspectos importantes da performance.

É frequentemente discutido que a leitura à primeira vista pode atingir um nível de excelência através da dedicação intensa e da prática consciente. Penso que os professores de piano precisam:
a) aprender estratégias para abordar com seus alunos no desenvolvimento da leitura à primeira vista;
b) repensar sua didática quanto ao desenvolvimento da fluência na leitura musical;
c) observar como os alunos se comportam ao ler uma nova peça;
d) buscar conhecimentos específicos de outras áreas a serem aplicados em suas estratégias;
e) aplicar em suas aulas ferramentas e métodos eficazes sugeridos por acadêmicos e pesquisadores;
f) refletir sobre estudo e prática versus talento na leitura à primeira vista; e
g) discutir com estudantes se os resultados estão sendo alcançados ou não e tentar outros caminhos, quando necessário.

É genial, divino ou mágico ser um ótimo leitor à primeira vista? Os estudiosos dizem que não há “mágica” relacionada ao assunto. Pianistas precisam desenvolver estratégias de estudo para se tornarem fluentes ao ler o idioma Música – em vez de “soletrar nota por nota”, deve-se “ler as frases musicais”. A música é uma linguagem universal que requer leitores fluentes.

Na minha opinião, a música é um idioma, mas com certas diferenças. Alguns dizem que ler música é como ler qualquer idioma. É isto mesmo? Quando você lê português, inglês ou francês, existe alguma indicação geral no início do texto dizendo quão rápido alguém deve ler? Existe algum sinal sobre cada sílaba dizendo exatamente por quanto tempo esta deve soar? É possível dizer mais de uma sílaba ao mesmo tempo? Não é. Ou seja, a leitura musical é mais complexa que a leitura de palavras.

Ao revisar a bibliografia, pode-se dizer que os estudos de leitura à primeira vista foram inicialmente desenvolvidos como parte do estudo sobre o processo de aprendizado de piano, sem mais especificações e a estruturação de estratégias específicas – por exemplo, como desenvolver esta habilidade separadamente. Esse tema foi e ainda é, quase sempre, apresentado apenas como um dos capítulos de livros sobre a arte de ensinar piano ou a arte de tocar piano. No entanto, nas últimas décadas, vários estudiosos têm pesquisado sobre a leitura à primeira vista, tentando negar ou comprovar o que foi dito sobre isso em estudos anteriores.

// “A música é uma linguagem universal que requer leitores fluentes
– em vez de ‘soletrar nota por nota’, deve-se ‘ler as frases musicais'”

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Zorzal (2012) investigou como a literatura especializada abordou a questão do talento musical, delineou uma breve visão histórica das propostas de detecção de talento e estudou prodígios no campo da música. Há pesquisas que levantam prós e contras sobre a existência de habilidade musical em sua forma inata. Esta discussão mostra que ainda não há consenso nem garantias sólidas para permitir que um professor de música considere um aluno mais talentoso do que outro, especialmente durante os estágios iniciais do desenvolvimento da música. Assim, é mais sensato que os educadores de música defendam a ideia de que a inteligência musical está presente em todos.

Mills e Smith (2003) perguntaram a 134 professores de instrumentos musicais o que eles pensavam tornar eficaz o ensino de instrumentos em escolas, universidades e conservatórios, e perguntaram os pontos fortes e fracos da educação musical que eles perceberam quando ainda eram estudantes. A maioria dos professores respondeu que a maneira como ensinavam era influenciada pela maneira como eles foram ensinados. Segundo a pesquisa, os fatores que tornam o ensino de um instrumento musical eficaz são (em ordem de importância):
a) como os professores motivam seus alunos;
b) o conhecimento dos professores; e
c) como os professores se comunicam com os alunos.

O professor de Pedagogia do Piano, Wristen (2005), revisa a literatura sobre cognição e desempenho motor na leitura para piano, abordando questões como movimento dos olhos, percepção de múltiplos elementos, aspectos visuais e auditivos durante a leitura e diferença na competência de leitura musical de pianistas que se concentram apenas no repertório solo e pianistas correpetidores. O autor concluiu que os estudos sobre leitura à prima vista ainda não estão de comum acordo quanto às estratégias pedagógicas específicas para o desenvolvimento desta habilidade e enfatizou a falta de métodos eficazes que possam auxiliar no desenvolvimento da leitura à primeira vista.

Uma pesquisa de Meinz e Hambrick (2010) abordou a relação entre pianistas que são bons leitores e a capacidade de memória de trabalho (WMC). Os autores concluíram que a prática deliberada é necessária, mas não suficiente, para explicar as diferenças entre pianistas quanto à capacidade de ler à primeira vista e que a WMC desempenha um papel importante nesta questão. A prática deliberada envolve atividades específicas para melhorar o desempenho em algumas áreas. Esta prática foi considerada suficiente para alcançar uma performance impecável ao piano. Mas ao avaliar 57 pianistas, verificou-se que a prática deliberada contribuiu para apenas metade dos participantes na maneira como eles leem e que a WMC foi o que mais interferiu na leitura à primeira vista. Esse tipo de memória, WMC, é o que torna o pianista capaz de ler compassos à frente enquanto toca.

Unglab (2006) investigou a questão da leitura à primeira vista em pianistas com o objetivo de entender como alunos de piano usam a leitura à prima vista em suas atividades musicais e para verificar na bibliografia específica o que os teóricos dizem sobre o assunto. Observou-se então que, ao olhar a partitura, o pianista deve ser capaz de capturar o máximo de informação possível, transformar essas informações em ações instrumentais e usar a audição como um auxílio para saber se o que está sendo tocado corresponde ao que está escrito. A partir disso, concluiu-se que quando o pianista faz uma análise prévia da partitura que ele tocará, obtém-se uma interpretação mais satisfatória.

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(continua abaixo)

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Levando tudo em consideração, depois de todas estas leituras e autoanálises, eu concluo que não há mágica na minha leitura à primeira vista; no entanto, é uma combinação de habilidades desenvolvidas com o tempo e relacionadas à:
a) minha memória;
b) habilidades matemáticas;
c) processo cognitivo;
d) coordenação motora;
e) independência mãos-olhos;
f) foco em detalhes;

g) pensamento analítico; e
h) curiosidade que me leva a sempre tocar peças novas.

Além disto, foi muito significativa a minha experiência e história de vida tocando piano na igreja desde os 12 anos, tendo pressão para tocar peças para acompanhar coral ou orquestra após receber a música no dia anterior ou minutos antes da performance. Também nos ensaios de grupos vocais em que eu era a pianista desde tão nova, assim que eu chegava, os maestros me davam as partituras que eu nunca tinha tocado nem escutado na vida e diziam: “okay, pode começar a passar os sopranos”. E assim que terminássemos de ensinar as vozes, fazíamos o tutti e eu tocava o arranjo escrito para piano. E eu gostava desta dinâmica. Meus maestros dos dias de hoje permanecem fazendo isto e eu continuo gostando.

Ademais, porque meus pais sempre me apoiavam, eles constantemente me presenteavam com coletâneas de música e partituras. Minha mente curiosa, querendo saber como cada nova partitura soava, somada a minha paixão pelo piano, fazia com que eu lesse músicas uma após a outra sempre me desafiando a tocar da forma mais precisa possível desde a primeira leitura. Também havia outras influências sociais – eu recebia muitos amigos em casa e eles traziam novas músicas para eles cantarem enquanto eu tocava. Ou seja, é um conjunto de habilidades musicais e traços pessoais que podem ser desenvolvidos.

No passado, minha condição despertou curiosidade em alguns colegas e professores na faculdade, pois eu havia iniciado meus estudos musicais apenas alguns anos antes e minha leitura à primeira vista de obras para piano em nível universitário era muito fluente. No entanto, atualmente, na minha idade, uma excelente leitura à primeira vista já não parece mais ser algo genial ou divino; mas sim, apenas normal – é o resultado de muitos anos de estudo; não é mágico, parece ser minha “obrigação” ler muito bem. Ou não é?

PS. O relato pessoal pode ser uma história real; ou não. 

Enriqueça o assunto deixando seu comentário a seguir.
Você pode usar este artigo como base para debate com seus colegas músicos ou alunos.

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REFERÊNCIAS
Allen, R. (2013). Free improvisation and performance anxiety among piano students. Psychology of Music, 41(1), 75–88.
Hallam, S. (1998). Instrumental teaching: A practical guide to better teaching and learning. Oxford: Heinemann.
McPherson, G.E. (1995/6). Five aspects of musical performance and their correlates. Bulletin of the Council for Research in Music Education, Special Issue, the 15th International Society for Music Education. University of Miami, Florida, 9–15 July, 1994.
Meinz, Elizabeth; Hambrick, David. (2010) Deliberate Practice Is Necessary but Not Sufficient to Explain Individual Differences in Piano Sight-Reading Skill: The Role of Working Memory Capacity. Psychological Science, p. 914-919.
Mills, Janet; Smith, Jam. (2013). Teachers’ Beliefs about Effective Instrumental Teaching in Schools and Higher Education. B. J. Music Ed. Cambridge University Press, 2013, p.5-27.
Unglab, Aillyn. (2006). Um Olhar Reflexivo sobre a Leitura Musical à Primeira Vista realizada por Pianistas. Monografia. Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis.
Wristen, Branda. (2005). Cognition and Motor Execution in Piano Sight-Reading: A Review of Literature. Applications of Reasearch in Music Education. Sage, p.44-56.
Zorzal, R. C. (2012). Uma Breve Discussão sobre Talento Musical. Revista Música Hodie, Goiânia, V.12 – n.2, p. 201-209.

O MELHOR LIVRO DE TEORIA MUSICAL

Apresento o meu livro FAVORITO de Teoria Musical – de todos que já li (amo o tema) este é o melhor. Para quem quer entender tudo de teoria, ser expert em leitura de partitura, conhecendo o nome de todos os símbolos musicais e para que servem, este é o clássico da Teoria da Música, escrito pelo tcheco Bohumil Med – o mais completo compêndio escrito em português. Por isto é o IDEAL PARA VESTIBULANDOS do curso de Música.

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Recomendações: Ler com muita atenção, ao som de boa música (recomendo jazz ou erudito) e tomando sua bebidinha favorita.
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  1. Juan Rossi 27/04/2020

    Deixei nos favoritos do Chrome seu blog visto pelo Face – o qual o encontrei a mim ser de bastante interesse! Tanto nesse assunto quanto no de ouvido absoluto, como, aliás, a Sra. deve haver visto, de Lígia Salton, o vídeo pelo Youtube, bastante legal, creio que há pano prá manga mesmo. Para tanto, fora destes assuntos escabrosos e excessivamente ruminados em faculdades e fora das mesmas – os primeiros cheios de pré-conceituações estereotipadas e que só nos levam a endeusar pessoas – acho que gostaria de saber que realmente sua pesquisa meio que pôde me situar em muitas coisas musicais e pessoas pelas quais me deparei nos meus 44 anos musicais ao piano, Hammond e teclados – em cima de meus já cansados 62 anos. Exemplificando, o pianista da família Espírito Santo e também Almeida Prado, compositor que era meu professor – já falecido -, além do violonista Fábio Zanon e também o atual coordenador geral do Coralusp, Ricardo Ballestero – e alguns poucos tangidos por esta propriedade de açambarcar de uma só vez várias pautas e, sem haver tido contato de memória ou auditivo com a canção orquestral, destrinchá-la em harmonia e solo plausivelmente -, são evidentes lampejos de análise e síntese em leitura à primeira vista contundentes! Por aqui no Brasil, por meus poucos parâmetros, quem no geral lê erudito não improvisa muito e quem improvisa lê mal jazz à prima vista. Porém, há sempre honrosas e benvindas exceções. Meu filho Hanon – vide sua premiada peça Breve Sensório, em Praga, pelo Youtube – tem ganho prêmios em composições orquestrais e, interessantemente, numa época de novinho ganhava concursos matemáticos pelo mundo… (E, ah, lê até bem à primeira vista, mas não improvisa jazz). Quanto a mim, não cato milho, mas já tive problemas pela maior falta deste empenho na leitura: em ensaio solapado com banda de jazz, em gravação, ao executar Gershwin ou Kurt Weill – auditivamente conseguindo bem acompanhar nos strings trechos de aúdio que cessam nas cerimônias – e outros tecladistas não o fazerem! Interessantes e plausíveis condições as que vemos em alguns afortunados de pai e mãe com possibilidades não somente monetárias, mas culturais. E, sim, novamente cairemos mais uma vez no estereótipo matemática versus habilidade musical. Afinal de contas, nosso cérebro é computador maravilhoso e desconcertantemente complexo dentro deste tempo evolucionário do ser humano. Pena que desembocamos na falácia de não observarmos o planeta como um todo e olharmos ao umbigo e, assim, temos que enfrentar uma peste agora – o que nos dá algum tempo a refletir melhor sobre estas coisas! Se for de seu interesse, no meu site – acima – há 2 novos vídeos de minhas composições Crossover – muito mais simples que as de meu rebento, certamente! Sorte…

    • Paula Musique respondeu Juan Rossi 29/04/2020

      Que rico comentário, Juan!
      Obrigada por participar.

      Muito interessante você levantar a questão do ouvido absoluto.
      Eu poderia dizer, de forma simplista, que assim como o músico com ouvido absoluto tem o “ouvido absoluto” (óbvio); a pessoa com excepcional leitura à primeira vista teria a relação partitura-olhos-mãos “absoluta”.

      Assim como há pessoas que escutam uma nota e automaticamente elas “enxergam” FÁ, um pianista do time da leitura vê dois blocos de notas nas duas pautas e o “escuta” em sua mente ele mesmo dizendo F7M/G – tudo em milésimos de segundos -, ou nem mesmo se pensa em acordes e as mãos vão diretamente onde a partitura pede.
      O time dos ouvidos MEMORIZOU O SOM DAS NOTAS e o time dos olhos MEMORIZOU A POSIÇÃO DO DESENHO AO PIANO. É complicado tentar relacionar as duas habilidades, porém é muito interessante pensar nisto.

      Verdade, nossa mente é incrível.

      Parabéns pelo seu filho.
      Qual o nome da sua composição autoral favorita? Assim tentarei ouvi-la no seu site.

      Volte sempre.

  2. Juan Rossi 15/06/2020

    Há só dois novos vídeos do ano passado em meu site e, creio, a ÁIVLIS – ou Sílvia ao revés, ex-namorada que se foi ao exterior à qual namorei por dedicar esta obra coral – é uma preferência em minhas poucas obras compostas – revisitando meu grupo criado Juan Rossi & Principius. Lá há também a SMAM – outra Sílvia, ex-amiga que se foi ao exterior também a quem amava -, a qual utiliza meu agora trocado Hammond de 2 teclados e pedaleira (Mojo da Crumar italiana). Estou há pouco tempo nesta pandemia com um Nord, um antigo Yamaha e novo Roli expressivo no arsenal modificado por mim. Saudações musicais!!

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