música no Brasil – Paula Musique https://paulamusique.com Um som diferente para sua vida Wed, 10 Jun 2020 07:06:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.14 Orgulho ou Vergonha: Música, Educação e Indústria no Brasil https://paulamusique.com/orgulho-ou-vergonha-musica-educacao-e-industria-no-brasil/ https://paulamusique.com/orgulho-ou-vergonha-musica-educacao-e-industria-no-brasil/#comments Sat, 02 May 2020 03:08:05 +0000 https://paulamusique.com/?p=8503 Alguns dizem que a arte na música morreu. Mas se for verdade, quem matou? O problema está na falta de educação musical ou na incoerência da indústria da música? Você se orgulha ou se envergonha do atual cenário da música no Brasil? :: [aperte ⌘ + ou control + para aumentar o tamanho da letra, se você estiver lendo no computador] [este artigo foi escrito originalmente em inglês] ⌘ ORGULHO OU VERGONHA: MÚSICA, EDUCAÇÃO...

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Alguns dizem que a arte na música morreu. Mas se for verdade, quem matou? O problema está na falta de educação musical ou na incoerência da indústria da música? Você se orgulha ou se envergonha do atual cenário da música no Brasil?
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[este artigo foi escrito originalmente em inglês]

indústria da música

Foto: Pixabay (a imagem escolhida é bastante simbólica)


ORGULHO OU VERGONHA: MÚSICA, EDUCAÇÃO E INDÚSTRIA NO BRASIL

por Paula Musique

A música transforma vidas. A música é um processo de cura e desenvolvimento cerebral, pode influenciar as pessoas em suas decisões, humor, comportamento e até mesmo no status de relacionamento. Segundo o filósofo, estadista e poeta romano Boécio (ca. 480-524), “a música faz parte da nossa natureza humana e tem o poder de melhorar ou degradar nosso caráter”.

A música no Brasil tem recebido críticas crescentes dos próprios brasileiros, de todas as origens socioeconômicas e também do ambiente artístico-musical. Dizem que algo é alarmante na letra das músicas. Por que eles estão reclamando? Se há um problema, qual é e de onde vem? Do sistema educacional? Da indústria da música? Os brasileiros estão exagerando? Há motivos para se orgulhar ou se envergonhar da música brasileira?

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“A música no Brasil virou pornográfica ou de corno. Sem poesia. Sem arte. O que matou a arte no Brasil, eu me pergunto?!” – disse Deborah Blando, cantora italiana naturalizada brasileira, que recebeu destaque nos anos 90. Ela anunciou no ano passado que estava deixando o Brasil e, segundo ela, esta decisão foi motivada pela direção da indústria da música no país. Pesquisas acadêmicas e mercadológicas também demonstram a insatisfação dos brasileiros com a música deste século. Mas nem sempre foi assim.
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MÚSICA: ORGULHO NACIONAL DO PASSADO

A partir da década de 1950, o Brasil experimentou uma fervura musical nunca vista antes: havia jovem guarda, bossa nova, música de protesto e tropicalismo. Os festivais de música brasileira foram responsáveis ​​por despertar o público com artistas cantando a esperança. Na década de 1960, havia um orgulho nacional pela produção e consumo de música de qualidade. A indústria exportava “hinos nacionais”. A música brasileira compartilhava um sentimento de patriotismo e pertencimento.

Os festivais de música haviam se estabelecido e eram muito populares no país. Além disso, na segunda metade da década de 1960, estavam sendo construídas as bases do que seria conhecido como MPB. E sob o guarda-chuva da MPB estavam incluídos: samba, bossa nova, baião, forró e modinha. Naquela época, a música era ensinada em escolas públicas e privadas, dando aos alunos a oportunidade de cantar em um coral ou tocar na banda.
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A “GRANDE” MÍDIA

Infelizmente, tanto a educação musical quanto a indústria mudaram no Brasil. É verdade que a música brasileira que está na grande mídia, é hoje em dia cada vez mais pobre e que os artistas que estão sob os holofotes, em sua quase totalidade, não representam a real qualidade dos músicos brasileiros que ficam “por trás das cortinas”? Se sim, de quem é a culpa?

Considerando-se o que é promovido pela indústria, a música brasileira nunca foi tão simplista, confinada a letras que abusam de palavras repetidas e poucos acordes no quadro de harmonia. Há décadas a massificação da música com os programas de auditório na TV e nas rádios têm mudado o cenário da música.

Estudos mostram que a falta de educação musical nas escolas influenciou a direção do gosto musical dos cidadãos. Devido à falta de conhecimento e acesso a uma gama mais ampla de gêneros musicais, compositores e artistas; os brasileiros se limitam a ouvir uma pequena variedade de gêneros – os tocados nas estações de rádio e programas de televisão mais populares.

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QUEM MATOU A ARTE NA MÚSICA?

Alguns dizem que a arte na música morreu. Mas se for verdade, quem matou? Aqui mora um impasse. Costuma-se dizer que foi o público. Quando há consumidores, há comercialização. Músicos com formação superior em Música acham difícil serem notados pela indústria e não podem ter a Música como sua principal fonte de renda. Por outro lado, alguns destes artistas, que em verdade preferiam estar produzindo outro tipo de repertório, decidem entrar no mercado e fazer o tipo de música que o público mais consome.

Há música de alta qualidade sendo produzida no Brasil e músicos com talento excepcional. Existem até mesmo artistas nossos, reconhecidos em terras estrangeiras com prêmios internacionais e que não recebem espaço em solo verde-amarelo. Além disso, muitos artistas já migraram para outros países, onde outros gêneros musicais são mais valorizados. Nos debates acadêmicos da faculdade de Música e nas rodas de amigos, os músicos se perguntam se o problema realmente é o público, pois talvez o problema venha de outra direção: da falta de educação musical ou da indústria. De que maneira um influencia o outro? As pessoas ditam o que a indústria produz ou a indústria diz o que as pessoas irão ouvir?

“A música no Brasil virou pornográfica ou de corno. Sem poesia. Sem arte. O que matou a arte no Brasil eu me pergunto?! – Deborah Blando

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EDUCAÇÃO E A INDÚSTRIA DA MÚSICA

Assim como em muitos outros países, a falta de educação musical e a gestão da indústria da música no Brasil são problemáticas. E se as pessoas ouvem o que ouvem porque não foram amplamente apresentadas a outras opções? Os brasileiros precisam conhecer e entender as possibilidades musicais que vão além do que a mídia recomenda. No entanto, é difícil apreciar o que não entendemos. Isto faz sentido. Lembrando-se dos tempos de escola, quais matérias os alunos mais gostavam e quais detestavam? Geralmente, os alunos não gostam das matérias que não entendem bem. Se a plateia não compreende o jazz ou a música erudita, como irão, verdadeiramente, apreciar?

O Brasil precisa de uma nova realidade para o cenário da educação musical e da indústria. Um ambiente onde mais gêneros musicais são valorizados e compreendidos. Onde todos os tipos de manifestações musicais sejam respeitados com seus limites – não importa se é música da favela ou da elite.

A educação musical deve ser projetada para desenvolver a curiosidade dos alunos pelo mundo da música: ópera, chorinho, rock, jazz, blues, gospel, soul, hip hop, violino, piano, trompete, sax, flauta, violão, ukulele, percussão, guitarra, teremim, por exemplo. O Brasil deve ser um lugar onde mais cantores saibam solfejar e ler música.

“A indústria se comportaria de outra maneira diante de uma plateia mais exigente” – Paula Musique

Algo é alarmante sobre a letra das músicas de alguns gêneros: a forma como objetificam as mulheres e sensualizam as crianças. Alguns dizem que as ditas são uma forma de empoderamento, outros dizem que é depreciação. Ou seja, é um tópico polêmico que precisa de pesquisa, tratando de forma transversal conceitos dentro da Música, Educação, Psicologia, Sociologia e Filosofia para responder à questões como: Por que há professores que acham saudável para a formação dos pequenos que eles cantem sobre conteúdo adulto: promiscuidade, libertinagem, vulgaridade? Qual é a intenção deles por trás disto? Por que os homens acham que as mulheres gostam das músicas que as chamam de cachorras ou prostitutas? Será que é porque estão cantando a verdade e é assim que as mulheres se veem? Para os brasileiros, o que significa “respeito”? Este texto não pretende responder estas e nem outras questões que foram levantadas, pois a intenção é motivá-lo a pensar sobre o assunto.

“A música faz parte da nossa natureza humana e tem o poder de melhorar ou degradar nosso caráter” – Boécio

Mas na minha opinião, todos deveriam aprender sobre música e seus benefícios desde a infância. Poderiam ser ensinados sobre o poder da música na mente e no comportamento humano – apresentando as pesquisas que falam de música e ética ou música e a influência das letras cantadas/ouvidas.

Todos deveriam ter acesso a bons professores de música em escolas públicas e privadas, com oportunidades para cantar em um coral e tocar em uma banda. Além disso, famílias com condições financeiras poderiam incentivar mais seus filhos a estudar um instrumento musical, principalmente devido a todos os aspectos positivos da prática do instrumento.

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Crianças e adolescentes que tiverem o privilégio de conhecer a amplitude do universo da Música terão meios para escolher mais conscientemente e formar seus interesses e preferências musicais. Provavelmente, a indústria se comportaria de outra maneira diante de uma plateia mais exigente.

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Foto: Pixabay

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O DILEMA DA INDÚSTRIA DA MÚSICA

Todavia, voltando para a realidade brasileira: há um dilema na indústria da música. A indústria deve ser ética e promover a música de forma responsável ou o lucro é o foco principal, independentemente de como será alcançado? No Brasil, não está claro se são as pessoas que consomem, acostumam-se e aceitam o que a indústria oferece ou se a indústria gostaria de oferecer mais variedade e qualidade, mas é refém do gosto do público.

“O Brasil precisa de uma nova realidade para o cenário da educação musical e da indústria. Um ambiente onde mais gêneros musicais são valorizados e compreendidos” – Paula Musique

Acredito que o Brasil tem orgulho de muitos de seus músicos, visto que existe uma vasta produção musical em múltiplos gêneros e, graças às redes sociais, músicos com um diferencial se tornam conhecidos e populares. Se tivessem o apoio da indústria, poderiam alcançar públicos maiores. Acredito que o Brasil tenha motivos para se envergonhar, pois existem videoclipes explorando crianças que cantam e dançam em meio a inúmeros bumbuns chacoalhando diante deles. O Brasil deveria ter vergonha de não criminalizar este tipo de situação.
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FUTURO: UM BRASIL COM ORGULHO NACIONAL

Por fim, há uma gama de temáticas para estudos e pesquisas que foram apresentados aqui e podem ser explorados por acadêmicos e demais interessados. E as pesquisas que já foram desenvolvidas precisam ser reescritas em uma linguagem acessível e divulgadas a todos. Precisa-se consultar o público; estudar os efeitos das letras das músicas na vida dos ouvintes; analisar os aspectos psicológicos, sociológicos e antropológicos que relacionam a educação musical à indústria e como isso se reflete nas escolhas musicais das pessoas.

O Brasil pode vir a se orgulhar muito de sua música novamente. É preciso um esforço conjunto. É necessária uma conscientização geral sobre a importância da educação musical e como a indústria pode contribuir para uma variedade maior de artistas, abrindo novas possibilidades tanto para a classe artística quanto para sua audiência.

Você acha que este tipo de reflexão é importante? Então deixe seu like e compartilhe no seu WhatsApp e Facebook. É uma forma de você me dar um “oi” e apoiar este trabalho. ;)
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Vamos conversar!

Em todas as perguntas inseridas no artigo, estamos nos referindo às músicas que estão sob os holofotes, aquelas que são as mais tocadas nas rádios, com mais visualizações no YouTube ou com mais participações nos programas de TV:
– A arte na Música morreu? Se sim, quem matou?
– As pessoas ditam o que a indústria produz ou a indústria diz o que as pessoas irão ouvir?
– A indústria deve ser ética e promover a música de forma responsável ou o lucro é o foco principal, independentemente de como será alcançado?
– O que poderia ser feito para que o brasileiro voltasse a sentir aquele orgulho nacional pela produção e consumo de música de qualidade?
– Você se orgulha ou se envergonha do cenário da música no Brasil?

IMPORTANTE: Se você souber de bons artigos, pesquisas ou matérias sobre os assuntos abordados aqui; por favor, envie o arquivo ou link para paula@paulamusique.com. Estamos preparando mais textos sobre estes temas e quanto mais referências bibliográficas tivermos, melhor. Obrigada.

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O Mercado e a Cultura da Música no Brasil https://paulamusique.com/mercado-e-cultura-da-musica-no-brasil/ https://paulamusique.com/mercado-e-cultura-da-musica-no-brasil/#comments Sun, 19 Jan 2020 02:53:00 +0000 http://paulamusique.com/?p=7425 Saiba que não é apenas no Brasil que milhões de pessoas reclamam da produção musical dos últimos anos. Outros países percebem uma grande mudança no cenário musical – para pior. Por que esta insatisfação com a cultura da música? Qual é o tipo de música mais consumida no Brasil e no mundo? Que tipo de artista vende mais? Por que nas décadas passadas se cantava mais a esperança, um futuro melhor, o amor verdadeiro...

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Saiba que não é apenas no Brasil que milhões de pessoas reclamam da produção musical dos últimos anos. Outros países percebem uma grande mudança no cenário musical – para pior. Por que esta insatisfação com a cultura da música? Qual é o tipo de música mais consumida no Brasil e no mundo? Que tipo de artista vende mais?

Por que nas décadas passadas se cantava mais a esperança, um futuro melhor, o amor verdadeiro e eterno, a gentileza de ajudar o próximo, a insatisfação política ou o patriotismo? Quais seriam as influências históricas que abalaram a cena musical? Será que o cenário musical no Brasil precisa de mudanças? Se sim, quais? Se não, por quê?

(Se você é professor de Educação Artística ou de Música na escola, sugiro que leve este debate para a sala de aula.
Você pode pedir que os alunos leiam este texto para conversar na semana seguinte)

– por Paula Musique –

Foto: Reprodução

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Você está satisfeito com o MERCADO E A CULTURA DA MÚSICA NO BRASIL?


Se não está, será que você pode fazer algo para transformar este cenário? Ficar parado reclamando resolve algo? Historicamente, percebe-se que mudanças positivas não aconteceram do dia para a noite. Não foi por mágica, mas sim por iniciativa de um grupo consistente que sabia onde queria chegar.

“A vida não tem controle remoto. Você tem que levantar e mudar”

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Impossível transformarmos o cenário?


Há diversos caminhos para mudarmos o mercado e a cultura, mas é preciso um esforço CONJUNTO, CONSCIENTE e com muito ENGAJAMENTO. Leva tempo.

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“Não dá pra fazer nada. A indústria oferece o que as pessoas querem ouvir”


Deixe-me perguntar algo: e se as pessoas escutam o que escutam porque não foram cuidadosamente apresentadas a outras opções?

Os brasileiros precisam conhecer e entender possibilidades musicais que vão além do que a mídia recomenda.

A cultura da música afeta a indústria ou é a indústria que afeta a cultura da música?

Os brasileiros precisam conhecer músicos que estudam muito e apresentam um trabalho diferenciado, digno de muitos likes, compartilhamentos e ingressos vendidos; mas a maioria do povo não conhece porque nunca teve a oportunidade de ver/ouvir ou, quando tem oportunidade de ver/ouvir não se interessa, pois não entende o que se passa ali.

Carta aos maestros e coralistas do Brasil
Teste sobre história da música
Os benefícios do canto coral
Tipos de Coral (ou Coro)

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É difícil gostarmos do que não entendemos


Isto mesmo. Lembre dos tempos de escola: quais matérias você gostava e quais matérias detestava? Tenho quase certeza que você não curtia as disciplinas que não entendia bem – e às vezes, para atrapalhar ainda mais, o professor não-era-lá-aquelas-coisas.

É difícil gostarmos do que não entendemos.
Imagine uma pessoa que vai ao concerto de uma grande orquestra e:
– não sabe o nome dos instrumentos;
– não conhece os sons deles individualmente;
– não entende nenhum gesto do maestro; e
– não consegue perceber as diferenças entre uma obra de Mozart e uma de Stravinsky

Ou esta pessoa da plateia é uma exceção e gosta de tudo o que vê, fica encantado com o que escuta e não vê a hora de chegar em casa para googlear todas as dúvidas e achar respostas OU é uma pessoa comum que acha tudo chato, não entende nada daquilo e não vê a hora de sair dali para sintonizar na estação de rádio favorita e ouvir as músicas que ele entende.

Imagine uma pessoa que vai para um show de jazz e:
– também não entende quais são alguns daqueles instrumentos;
– não sabe o que é improvisação; e
– nunca ouviu falar nada sobre o jazz

Nós curtimos mais o que conhecemos e entendemos. Dizem que é por isso que em festas – de casamento ou de formatura, por exemplo -, quando as pessoas querem celebrar e se divertir, é quase que proibido tocar uma música autoral, pois todos querem ouvir os hits, as músicas que marcaram épocas.

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Foto: Pexels

É complicado valorizarmos um trabalho desconhecido


É complicado valorizarmos algo que nem sabemos quanto trabalho foi necessário para chegar àquele resultado.

Se você é pianista, você sabe quanto tempo levou para deixar aquelas cadências do Liszt bem afiadas. Só você sabe quantas vezes teve de repetir, coinscientemente, compasso por compasso dos estudos de Chopin. E quanto tempo levou para decorar alguma sonata de Beethoven com mais de 20 páginas? O público leigo nem imagina quão minucioso é o estudo do piano erudito e quantos detalhes temos de aprimorar até acharmos que está “pronta” para um recital. Será que eles sabem que há peças que levam 50h, 100h, 300h de estudo? Fica muito mais impressionante e emocionante assistir Martha Argerich tocando quando entendemos estes fatores.

Se você é violinista, você sabe quanto tempo levou para preparar os Caprichos de Paganini. Você sabe que um belo vibrato não surgiu do nada. Será que o público leigo já se deu conta de que o violino não tem casas como o violão, nem botões como o trompete e nem teclas como o piano? Será que eles sabem que para você acertar com precisão cada nota, principalmente em longas sequências de graus disjuntos, você teve que praticar exaustivamente?
Fica muito mais impressionante e emocionante assistir Sarah Chang ou David Garrett tocando quando entendemos estes fatores.

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Uma nova realidade para a música no Brasil


Se todos os produtores, instrumentistas, cantores, maestros, professores de música e compositores se unirem, podemos sim, criar uma nova realidade para a música no Brasil: com um cenário onde mais gêneros musicais são valorizados e compreendidos. Podemos dar um novo rumo ao mercado e a cultura musical em nosso país. E vamos pensar mais além? Podemos influenciar o mundo com este movimento. Não precisamos ser o país que copia tudo de todos. Temos todo o potencial para sermos influenciadores, SIM! Ainda mais através da internet, um local quase que dominado por brasileiros. 

Você quer um Brasil onde há mais espaço e interesse por ÓPERA, CHORO, ROCK, JAZZ, BLUES, GOSPEL; onde há mais pessoas interessadas em aprender VIOLINO, PIANO, TROMPETE, SAX, VIOLA CAIPIRA, UKULELE, PERCUSSÃO; mais cantores que sabem ler partitura e solfejar; mais atenção da indústria da música e mais recursos do governo para músicos, maestros e professores que são competentes no que fazem?

Se cada músico fizer um pouco de movimento, juntos faremos uma grande movimentação.

Entretanto, acredito que deveria haver espaço para todas as manifestações culturais – e ainda mais àquelas que são educativas e inspiram o bem.

Ainda há esperança, sim; e somos nós, os insatisfeitos, que podemos transformar o presente, alterando assim o futuro.

Tenho minhas respostas prontas a estas perguntas, mas quero, primeiramente, saber o que vocês pensam. Este texto se propõe a fazer uma análise básica e trazer questões para você pensar.

Se gostou, deixe aquela curtida amiga e compartilhe. ;)
Se você é professor de Educação Artística ou de Música na escola, sugiro que leve este debate para a sala de aula.
Você pode pedir que os alunos leiam este texto para conversar na semana seguinte.

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QUAL É A SUA OPINIÃO?


Há muitas questões que foram levantadas neste texto. Fique à vontade para responder quantas vocês quiser.

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