Minha Indicação Musical – Paula Musique https://paulamusique.com Um som diferente para sua vida Mon, 13 Dec 2021 02:49:31 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.14 Caterina Valente: talento, carisma e elegância https://paulamusique.com/caterina-valente/ https://paulamusique.com/caterina-valente/#comments Fri, 23 Jul 2021 16:00:01 +0000 https://paulamusique.com/?p=9494 Caterina Valente é uma artista que escreveu uma bela carreira… – por Paula Musique –  O paradoxo da exploração da mulher Sabemos que o século XXI tem maneiras questionáveis para atrair público à certas artistas. A “exploração sexual” hoje é vista como liberdade e direto da mulher. Paradoxal, não é mesmo? A mulher que por tanto tempo reclamou dos abusos e da exploração de seu corpo, agora diz que é um direito optar por...

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Caterina Valente é uma artista que escreveu uma bela carreira…

– por Paula Musique – 

O paradoxo da exploração da mulher

Sabemos que o século XXI tem maneiras questionáveis para atrair público à certas artistas. A “exploração sexual” hoje é vista como liberdade e direto da mulher. Paradoxal, não é mesmo? A mulher que por tanto tempo reclamou dos abusos e da exploração de seu corpo, agora diz que é um direito optar por ser “explorada” e tratada como objeto sexual. Às vezes, não sei se algumas pessoas entendem pelo que realmente estão lutando.

Caterina Valente é um exemplo de artista comedida, que atrai com seu real talento, inteligência, charme, simpatia e, de vez em quando, um levíssimo e discreto toque de sensualidade. O total oposto do que vemos no Brasil e nos EUA – sendo o último, um dos principais exportadores de hits.

Caterina encantava multidões sem nunca ter precisado se expor e sem ser vulgar. Você acha que hoje em dia isso seria possível? Claro que ainda é. Para mencionar apenas um exemplo, veja Adele.

Foto: caterinavalente.com (Caterina nos anos 40)

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Sobre Caterina Valente

Quero compartilhar apenas um pouco sobre esta artista multitalentosa e alguns vídeos com suas performances…

Caterina Valente é filha de pais italianos, mas nasceu em Paris (França), em 14 de janeiro de 1931 e completou 90 anos neste ano!

Ela é um cantora, violonista, dançarina, atriz e comediante ítalo-francesa.

Caterina é poliglota; falando seis línguas e cantando em onze (português é um dos idiomas em que ela adora cantar!).

Foto: Reprodução

Embora seja mais conhecida como uma artista europeia, ela também passou parte de sua carreira nos Estados Unidos, onde se apresentou ao lado de Bing Crosby, Dean Martin, Perry Como e Ella Fitzgerald, entre outros.

Ao longo dos anos, ela gravou e se apresentou com muitas estrelas internacionais, incluindo Louis Armstrong, Chet Baker, Perry Como, Ella Fitzgerald, Benny Goodman, Woody Herman, Claus Ogerman, a Orquestra Tommy Dorsey, Sy Oliver, Buddy Rich e Edmundo Ros.

Caterina é a 4ª filha de Maria e Giuseppe Valente. Ambos, italianos talentosos. Giuseppe foi um acordeonista – o primeiro a gravar música clássica com este instrumento na Suécia. Além disso, tocou para o czar da Rússia. Maria, tocava 33 instrumentos e era bailarina.

Em 2019, sua música Bongo Cha Cha Cha foi incluída na trilha sonora de Spider Man: Far from Home, dirigido por Jon Watts, tornando-se subitamente viral e dando a Caterina nova popularidade. Foi tocada mais de 250 milhões de vezes nos vídeos do TikTok.

… mais de 250 milhões de vezes nos vídeos do TikTok.

Há muito tempo Caterina vive em Lugano, na Suíça.

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Caterina e a bossa nova

Depois de uma bem-sucedida turnê pela América do Sul, em 1961, Caterina fez amizade com os precursores da Bossa Nova, como João Gilberto, Luiz Bonfá e Tom Jobim. Em seguida, voltou a Nova York para gravar a segunda de suas muitas participações como convidada no Perry Como Show. Foi neste exato programa de TV que Caterina interpretou “Corcovado” e, com isso, dizem, tornou-se a artista que introduziu a Bossa Nova ao público da TV americana.

… tornou-se a artista que introduziu a Bossa Nova ao público da TV americana.

No vídeo a seguir, Caterina brinca de flertar e canta “Samba de uma nota só” com Dean Martin

… no The Dean Martin Show, em meados dos anos 60. Ela toca o violão com muita segurança, caminhando pelos acordes cheios de dissonâncias da bossa nova, sem nem precisar olhar a cada troca, mostrando o domínio dela perante o instrumento.

What a delight! Ah, como e queria que a classe e sofisticação daquelas décadas tivesse permanecido.

(Fora do assunto: você já viu vídeos bem antigos e corriqueiros mostrando cenas do dia a dia do Brasil e outros países dos anos 20, 30, 40 etc, no YouTube? Até mesmo os mais simples trabalhadores ficavam bem-vestidos com seus macacões, chapéus… Homens de terno, mulheres de vestido e chapéus… Tanto charme para meus olhos! rsrs)

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Aqui, você confere Caterina Valente em dueto com o brasileiro Luiz Bonfá (compositor, violonista, arranjador e cantor)

… interpretando “Manhã de Carnaval”, no programa de TV “Hollywood Palace Show”, nos EUA.

Aaaah, pura arte! Raro ou praticamente inexistente nos principais canais da TV brasileira.

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Assista Caterina cantando um medley em diversos idiomas com Bing Crosby, em 1963.

As canções são “Ta Paidia Tou Piraia” (“Never on Sunday”) / “Quizas, Quizas, Quizas” (“Perhaps, Perhaps, Perhaps”) / “Quando, Quando, Quando” / “Ack Varmeland du Skona” (“Dear Old Stockholm”) / Bei Mir Bistu Shein” / “Ue o Muite Aruko” (“Sukiyaki”) / “Samba de Uma Nota So” (“One Note Samba”) / “Mademoiselle de Paris” / “Our Language of Love”.

Para conhecer mais o trabalho de Caterina, consulte o webiste da artista.

Foto: Reprodução (Caterina Valente aos 89 anos)

Você já conhecia Caterina Valente?

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“Pica do 7” de António Zambujo (Portugal) https://paulamusique.com/antonio-zambujo-portugal-mpb-e-fado/ https://paulamusique.com/antonio-zambujo-portugal-mpb-e-fado/#comments Sun, 06 Jun 2021 05:26:51 +0000 https://paulamusique.com/?p=9487 Minha indicação musical de hoje é: António Zambujo, de Portugal – referência no Fado e na MPB. – por Paula Musique –  Músicas da Lusofonia Eu escuto muita música estrangeira – bem mais do que escuto música brasileira. Porém, levei tempo para me interessar pela música de outros países lusófonos. Nem sei o porquê. Talvez, porque somos bombardeados nas rádios, no cinema e na internet por músicas em língua inglesa. Quando pesquiso artistas cantantes...

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Minha indicação musical de hoje é: António Zambujo, de Portugal – referência no Fado e na MPB.

Foto: www.antoniozambujo.com (Zambujo no La Cigale, em Paris, em 2015)

– por Paula Musique – 

Músicas da Lusofonia

Eu escuto muita música estrangeira – bem mais do que escuto música brasileira.

Porém, levei tempo para me interessar pela música de outros países lusófonos. Nem sei o porquê. Talvez, porque somos bombardeados nas rádios, no cinema e na internet por músicas em língua inglesa.

Quando pesquiso artistas cantantes de outros idiomas, com exceção do inglês, acabo sempre ouvindo músicas em francês, espanhol ou hebraico, em sua maioria.

Como pode isso? Nós, brasileiros, pouco conhecemos artistas que cantam em português fora de nosso país? Ainda bem que, anos atrás, inspirada por minha viagem à Portugal, “caiu a ficha” de que pouco eu conhecia das canções da lusofonia.

Por isso, quero encorajá-los a viajar para um outro país e conhecer a arte de nossos “irmãos linguísticos”.

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“Pica do 7”

A primeira canção de Zambujo que escutei foi “Pica do 7”. O “Pica do 7” é o revisor do eléctrico (funcionário do bonde) da linha n.º 7 de Lisboa. Adoro a letra, o timbre do artista e o arranjo instrumental.

Assista e preste atenção em todos os sons desta canção portuguesa:

Para esclarecer o significado da letra e não deixar a mente brasileira confusa, coloco abaixo a explicação de D. Grazina, retirada dos comentários do vídeo:

Esta música está cheia de duplos sentidos e de gíria portuguesa (e de Lisboa) associada aos transportes. Principalmente para quem fala o português do Brasil, aqui vão alguns apontamentos. O “Pica do 7” é o Revisor do eléctrico (bonde) da linha n.º 7 de Lisboa.

Antigamente, esse Revisor (o Pica) andava com um alicate a perfurar (ou picar – daí o nome Pica) a senha (tíquete, bilhete, título de transporte) para que não fosse reutilizado. Chamava-se a esta acção: obliterar o título de transporte – sendo que “obliterar” também pode significar: reduzir a nada, anular, desfazer, fazer desaparecer. Esta acção é o último som do vídeo.

A história fala de uma moça que vai para a paragem (o ponto) de eléctrico e faz a viagem na esperança de se cruzar com este tal revisor. Ela realmente não precisa de apanhar (tomar) o transporte, só o faz para poder encontrar-se com o Pica e isso deixa-a cheia de entusiasmo e vontade – na gíria de Portugal isso dá-lhe (ou fica com) “pica” – por exemplo: “estou com pica para viajar”; “estou cheio de pica para ir ter contigo”; “esta música dá-me pica”, ou, como diz a canção, “mais nada me dá a pica que o Pica do 7 me dá”).

Destaco ainda 2 expressões poéticas ligadas aos transportes:

– A expressão “na carreira desta vida vã” já é uma referência ao percurso, trajecto, itinerário da vida. Mas o uso da palavra “carreira” é genial, uma vez que em Portugal, a expressão “carreira” pode ainda referir-se ao veículo em si – a expressão “vou apanhar o eléctrico n.º 7” pode ser dita “vou apanhar a carreira n.º 7”.

– Finalmente, quando a personagem se imagina a perguntar ao Pica se tem o coração livre (“se tem livre passe” outra alusão ao mundo dos transportes) ela prevê que, da resposta que ele lhe possa dar, resulte em que ela “lhe oblitere o peito também” ou seja, assim como ele oblitera tíquetes, também ela lhe desfaça o coração.

Nota: “Carris” é uma empresa de transporte público de passageiros da cidade de Lisboa, nomeadamente dos eléctricos.

Muito obrigada, D. Grazina. Graças a você a letra fez mais sentido. Ótima explicação!

Foto: www.antoniozambujo.com (Zambujo com Ana Moura – minha fadista favorita)

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António Zambujo

Nascido em Beja, no dia 19 de Setembro de 1975, António Zambujo é um dos maiores artistas, autores e intérpretes contemporâneos da música portuguesa e um dos principais embaixadores da música em português no mundo.

Passou a infância no Alentejo e cresceu com forte ligação à música – começou por estudar clarinete com 8 anos, mas foi a tradição viva do Cante Alentejano e do Fado que o fizeram músico. Mudou-se para Lisboa, onde dividiu seu tempo com o Fado e a participação em musicais. Aos 16 anos, participou de um concurso de fado e saiu vencedor.

Tem trilhado uma carreira marcada por prêmios e distinções, com destaque para a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe foi entregue pelo Presidente da República, em 2015. Sua canção “Sem Palavras” foi indicada ao Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa.

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Influência brasileira

António Zambujo incorporou as influências do cancioneiro brasileiro, em particular da Bossa Nova, na sua música, dando a ele um estilo único com a fusão de tradições musicais dos dois países, derrubando fronteiras, reais ou imaginárias e aproximando os dois lados do Atlântico. Com o seu álbum “Até Pensei Que Fosse Minha”, Zambujo foi nomeado para o Grammy Latino, em 2017, na categoria de Melhor Disco de MPB, curiosamente e de maneira compreensível.

Os portugueses conhecem bastante nossa cultura: músicas, novelas, filmes, gastronomia, atrações turísticas; mas, pouco conhecemos deles – injustamente. Portugal tem muito a oferecer em muitos sentidos. Eu penso que todo brasileiro que planeja uma viagem à Europa deveria incluir Portugal – é aquele destino que faz você entender mais quem você é – ou planejar uma viagem para curtir o país de norte a sul.

Para conhecer mais o artista, você pode consultar o site dele aqui – de onde foram retiradas várias informações sobre o artista.

Outros trabalhos do artista português

Ouça estas e outras canções de António Zambujo. É impressionante o controle vocal dele, todas as nuances que ele expressa em algumas linhas melódicas e os arranjos instrumentais. Ah, e o sotaque, claro! Sou fã do sotaque de Portugal.

Esta sequência começa com uma canção em espanhol, em parceria com a cantora chilena Mon Laferte, pois achei o ritmo bem fora dos padrões que ouvimos em destaque no Brasil. É importante mencionar que Zambujo já foi um fadista tradicional, mas há um tempo vem transitando muito bem por outros gêneros musicais.

Ah, como eu amo o som da orquestra. Perceba como ela traz ainda mais requinte às melodias já sofisticadas de Zambujo:

Uma das músicas dele com fortes influências brasileiras:

Nesta música, ouve-se claramente o vibrato “à moda do fado”, além das notas agudas belamente executadas em pianissimo.

A letra desta canção conta uma história com um fim inesperado.

Você já conhecia António Zambujo? Gostou das canções dele?

Ele esteve no Brasil algumas vezes, já foi entrevistado em programas brasileiros de TV, além de ter gravado com alguns artistas nacionais.
Conheça cantores portugueses e surpreenda-se.

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A Modinha no Brasil: conheça a origem da música brasileira https://paulamusique.com/modinha-no-brasil-conheca-a-origem-da-musica-brasileira/ https://paulamusique.com/modinha-no-brasil-conheca-a-origem-da-musica-brasileira/#comments Wed, 29 Apr 2020 21:21:38 +0000 https://paulamusique.com/?p=8450 Apresento-lhe este gênero musical tão pouco conhecido pelo povo de nosso Brasil: a modinha brasileira. – por Paula Musique – Quem acompanha o blogue já sabe que um dos objetivos aqui é a difusão do Movimento Música Nobre, sendo que “música nobre” não se refere à música dos nobres da realeza; mas sim, significa música que respeita e música que é respeitada. Música nobre é aquela que faz o bem e que não encoraja...

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Apresento-lhe este gênero musical tão pouco conhecido pelo povo de nosso Brasil: a modinha brasileira.

Imagem: Reprodução

– por Paula Musique –

Quem acompanha o blogue já sabe que um dos objetivos aqui é a difusão do Movimento Música Nobre, sendo que “música nobre” não se refere à música dos nobres da realeza; mas sim, significa música que respeita e música que é respeitada. Música nobre é aquela que faz o bem e que não encoraja a objetificação das mulheres (e nem dos homens!) e tampouco a sensualização das crianças.

Em nosso contexto atual e histórico, temos muitos compositores e músicos nobres que merecem destaque. E há um gênero musical que foi muito popular séculos atrás e está quase que esquecido. No meio acadêmico-musical ele permanece vivo, mas caso você não seja do meio, quero presentear você com minha indicação musical de hoje: a MODINHA BRASILEIRA.

“A semente da música brasileira foi plantada com a mistura musical que envolvia
a música erudita e popular, de portugueses e brasileiros, brancos e negros, nobres e escravos, elite e povo
– todos em uníssono cantando e tocando o lundu e a modinha brasileira” 
– Paula Musique

Sugiro que você clique na canção a seguir e escute enquanto lê este artigo:

PORTUGAL E O FADO

[Dica: leia este parágrafo com sotaque português – fica muito mais charmoso]
Modinha brasileira é diferente do fado português, mas sabe o que me vem à mente? Quando fui à Portugal – e não vejo a hora de retornar -, fui a um belo lugar em Coimbra tomar café no fim de tarde, pois havia recebido um panfleto a comunicar que haveria fado ao vivo lá. O que dizer? Amei ouvir aquele senhor cantar, a usar uma toga preta e acompanhado por violões. Foi uma experiência diferente tomar café com vontade de chorar, de tãaaao triste que eram aqueles fados. Dias depois, em Lisboa, em algum bairro muito lindo e popular que esqueci o nome, fui jantar arroz de tamboril (prato tradicional português maravilhoso!) num restaurante cuja trilha sonora também era o fado. Achei muito fixe!
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RECOMENDAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Fico imaginando como seria envolvente se existisse uma casa de chá por aqui com apresentações semanais ao vivo de modinha brasileira. Já me imaginei com minhas amigas, falando de romance ao som de palavras de amor (risos).

Não é o tipo de música que cantamos na rodinha de amigos ou que colocamos na playlist da festa de aniversário. Porém, quero encorajar você que está cursando Música na universidade, para preparar uma modinha para tocar ou cantar no final do semestre. E você que está fazendo planos para seu casamento, pode incluir alguma modinha no repertório da cerimônia ou da festa – dará um toque de glamour.

Você pode estar pensando: “bem que esta que nos escreve poderia ir direto ao ponto e falar logo o que é modinha, de onde vem e citar mais exemplos para escutarmos” (risos). Honey, não posso. Sabe por quê? Porque não seria Blogue Paula Musique. Para quem não gosta, basta ir à Wikipedia que obterá respostas rápidas e sucintas. ;)

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O QUE É A MODINHA BRASILEIRA

É um gênero musical de canções líricas, sentimentais, que praticamente sempre falam de romance e que, às vezes, são declarações diretas de amor.

“Modinha é a mais rica das formas pela qual se manifesta a inspiração poética do nosso povo” – José Veríssimo

COMO SURGIU A MODINHA BRASILEIRA

Este gênero está nas raízes da música popular tanto do Brasil quanto de Portugal. Segundo Monteiro (2018), vem da moda portuguesa, que migrou dos meios rurais para os grandes centros urbanos e colônias do Império Português – que inclui o Brasil -, entre os séculos XVII e XVIII.

A palavra moda ganhou o diminutivo modinha para identificar este gênero que sofreu adaptações da cultura brasileira, caiu no gosto do povo e ficou sendo chamada de “modinha brasileira”.

Ou seja, a moda portuguesa encontra no Brasil um lugar para se desenvolver. Pouco a pouco, mistura-se com o lundu, música praticada pelos negros da colônia, originando a partir daí a modinha brasileira, que passou a ser um gênero próprio – distinto da moda que veio de Portugal. Entretanto, quando foi levada a Portugal, encantou a corte e a sociedade portuguesa da época.

Existe um consenso entre a maioria dos estudiosos explicando que foi o poeta e músico mulato brasileiro Domingos Caldas Barbosa (filho de um português com uma mulher angolana escravizada) o responsável pela introdução da modinha brasileira em Portugal, pois, após passar sua juventude em contato com modinhas e lundus no Rio de Janeiro, vai a Lisboa e lá difunde estes gêneros, passando a ser cultivados nos salões por compositores eruditos.

Confissão: tenho uma queda por músicas de caráter lírico, que, para mim, vai do fado à modinha, dos musicais clássicos até a ópera. Um deleite para os ouvidos!

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CARACTERÍSTICAS DA MODINHA BRASILEIRA

A biografia da modinha é cheia de contradições, mas suas características revelam-se, ao longo do tempo, bastante amplas.

A modinha não têm uma estrutura rígida. Pode ou não ter introdução ou coda. Pode ter duas ou três estrofes, por exemplo. Há predominância de tonalidades menores e de andamentos moderados. O canto é, normalmente, acompanhado por violão, flauta, cravo e/ou piano. A formação instrumental para a qual foi escrita também variou conforme a história.

Em decorrência das diversas influências, encontra-se, na análise de partituras e relatos, grande variedade de formas (em duas estrofes A-B; em duas estrofes e refrão A-A-B; em estrofe e refrão A-B; em duas estrofes e “stretto”, que faz às vezes refrão A-A-D), compassos inicialmente binários que, notando a influência das danças ternárias que surgiram, principalmente, a partir da chegada em 1808 da Corte Portuguesa ao Brasil – citamos a valsa, scottish, polcas, dentre outras – adotou o compasso ternário.

O prestígio da moda era tal que até virou trocadilho: “está na moda, no reinado de D. Maria I, cantar a moda”.

A moda a duo ou solo era executada por solistas de escola e por mestres de contraponto. Os compositores das modas portuguesas, ou eram músicos que compunham ópera, como Marcos Portugal; ou compositores sacros de renome como Pe. José Mauricio. Inicialmente, “modas requeriam o cravo e a voz empostada” (ARAÚJO, 1963, p. 30). Tendo, quando popularizada, admitido o violão e cantada por seresteiros e românticos.

A modinha é tida, juntamente com o lundu, como das principais raízes da música popular brasileira. É através do lundu que a cultura africana nos dá a síncope: o seu maior legado à música brasileira e que dará origem ao samba mais tarde (Andrade, 1972). Ambos os gêneros – modinha e lundu – passaram por uma socialização, uma reciclagem, uma adaptação à outras esferas sociais; eram música de salão e também música das ruas – era a criatividade e musicalidade da elite e do povo misturadas e formando as raízes da música do Brasil.

Marcondes (1998) explica que:

“Só nos fins do Império e começos da República, a modinha, já inteiramente aculturada, reflete a sensibilidade e o gosto do povo brasileiro. A modinha se populariza. Deixa o recinto fechado dos salões e se expande nas ruas, ao relento, nas noites enluaradas, envolta nos acordes do instrumento que, no Brasil, se tornou o seu companheiro inseparável – o violão. É a fase em que pontificam Laurindo Rabelo, Xisto Bahia, Melo Morais Filho, Catulo da Paixão Cearense”.

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PRINCIPAIS LETRISTAS E COMPOSITORES

Dentre os principais compositores torna-se indispensável citar, novamente, Caldas Barbosa (1740-1800), tido por muitos como o “pai da modinha”.

Domingos Caldas Barbosa
Imagem: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil

São apontados, ao longo da história, os nomes de Gregório de Matos (1633-1696), Antônio José da Silva – o Judeu (1705-1739) e Tomás Antônio Gonzaga (1744-?1808) como precursores da modinha.

Cabe mencionar também Joaquim Manuel, outro mestiço brasileiro que teve a honra de ser editado em Paris, em 1824, num álbum de vinte modinhas harmonizadas por Sigismund Neukomm, o discípulo preferido de [pasmem!] Joseph Haydn (1732-1809) que morou no Rio de Janeiro de 1816 a 1821 [Haydn não morou no Brasil, foi o Neukomm].

Durante o primeiro reinado cita-se: Cândido Inácio da Silva, Gabriel Fernandes da Trindade, Padre José Maurício Nunes Garcia, Padre Teles, Leal e outros. Durante o segundo reinado: Gonçalves Dias, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela – estes tiveram a letra de seus poemas musicados.

// … era a criatividade e musicalidade da elite e do povo misturadas e formando as raízes da música do Brasil.

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A MODINHA BRASILEIRA NOS DIAS DE HOJE

O grau de influência da modinha na MPB de hoje está no lirismo das letras e na harmonia das melodias.

Mário de Andrade (1972) observou que:

“À medida que esta (a modinha) desaparece ou vive mais desaparecida dos seresteiros, vai sendo, porém, substituída pelo samba-canção, que é realmente uma modinha nova, de caráter novo, mas canção lírica solista, apenas com uma rítmica fixa de samba, em que, porém, a agógica não é mais realmente coreográfica, mas de canção lírica. Ora, isso é uma evolução lógica, por assim dizer, fatal. A modinha de salão, passada pra boca do povo, adotou mesmo ritmos coreográficos, o da valsa e o do xote principalmente. Ora, estes eram sempre ritmos importados, não de criação imediata nacional. O samba-canção é a nacionalização definitiva da modinha”.

Inúmeros gêneros musicais brasileiros da atualidade estão enraizados neste passado bem distante.

Araújo (1963) opina assim: “dizem que a modinha morreu. Ela não morrerá, porque já não é mais uma canção, mas um estado de alma. Ela está na própria essência emotiva da nacionalidade”.

. . . . .

A que ponto chegamos. Vemos aqui a história da mistura musical que envolvia a música erudita e popular, de portugueses e brasileiros, brancos e negros, nobres e escravos, elite e povo em uníssono plantando a semente da música do Brasil.

Orgulho-me do plantio. A colheita de anos passados também me orgulha, na maior parte do tempo. Porém, parece-me que em meio à safra dos anos mais recentes há alguns frutos podres. Estaria, eu, sendo radical?

. . . . .


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PLAYLIST DA MODINHA BRASILEIRA

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BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a música brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 1972.
ARAÚJO, Mozart. As Modinhas e o Lundu no século XVIII. São Paulo: Ed. Ricordi, 1963.
KIEFER, Bruno. A Modinha e o Lundu. Porto Alegre: Ed. Movimento 2ed, 1986.

LIMA, Edilson. As Modinhas do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 2001.
MARCONDES, Marcos (org.). Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, Folclórica e Popular. 2 ed. São Paulo: Art Editora, 1998.
MONTEIRO, José. Modinha: um estudo etimológico sobre o termoRevista Intellèctus, ano XVII, n. 1, p. 125-143, 2018.
VALENÇA, José. Modinha: Raízes da Música do Povo. São Paulo: Empresas Dow, 1985.

LIVROS SOBRE A HISTÓRIA DA MÚSICA ERUDITA

Se você gosta de história, se você gosta de ler biografias e de perceber como o mundo foi se transformando com o passar dos anos, então você vai curtir muito conhecer a História da Música e saber mais sobre os compositores e músicos que revolucionaram a mais bela das artes na época em que viveram. Bach, Mozart, Beethoven, Liszt, Schumann, Debussy, Schoenberg. Óperas, concertos, sinfonias, prelúdios, sonatas. Surdez, loucura, inveja, tragédias, doenças, reis, corações partidos, mistérios. DELÍCIA! Ouvir uma peça de Chopin após ter lido sobre sua vida e o período em que viveu tem um gosto diferente. Recomendo que você escolha pelo menos um bom livro de História da Música para ler por inteiro e ter em sua biblioteca.

Se você é professor de música, falar sobre este assunto já faz parte do seu planejamento de aula e poder aprender novos detalhes para compartilhar certamente dá aquele plus para suas aulas e os alunos adoram ouvir as curiosidades sobre a vida dos compositores – que era cheia de drama e inspiração para as músicas que escreviam.

Abaixo recomendo 4 OPÇÕES para você. Dependendo do nível que você está na música, há livros mais adequados para você. Os livros mais críticos são interessantes para quem já conhece o básico sobre as características dos períodos históricos e dos compositores e quer ser instigado a refletir sobre aspectos mais profundos da música erudita, além de conhecer curiosidades sobre os compositores que não se aprende em aulas básicas de HMus. Se você é iniciante, é mais apropriado ler primeiro um livro informativo sobre o básico de cada compositor e período histórico, além de escutar o repertório dos referidos artistas. História da Música é bom demais e, vai por mim, depois que você ler sobre o assunto, ouvir Vivaldi, Haydn ou Tchaikovsky terá outro sabor.

Sugiro alguns livros de História da Música para você
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Uma Breve História da Música
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Surpreenda-se: O que é Música em 8D? https://paulamusique.com/o-que-e-musica-audio-8d/ https://paulamusique.com/o-que-e-musica-audio-8d/#comments Sat, 09 Mar 2019 19:44:31 +0000 http://paulamusique.com/?p=6930 – por Paula Musique – [compartilhe com seus amigos, eles vão curtir e lembre-se de deixar seu like no post e um comentário – isto nos motiva a escrever mais] Comece a ler este post ouvindo esta música abaixo. Mas tem de ser com fones de ouvido em ação. Se você está sem fones agora, leia o texto e escute as canções quando chegar em casa. Você terá uma experiência bem diferente. E esta...

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Foto: Reprodução

– por Paula Musique –

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Comece a ler este post ouvindo esta música abaixo. Mas tem de ser com fones de ouvido em ação. Se você está sem fones agora, leia o texto e escute as canções quando chegar em casa. Você terá uma experiência bem diferente. E esta á MINHA INDICAÇÃO MUSICAL de hoje: Música 8D.

Você já ouviu falar de Música em 8D? Afinal, o que é isto? Quem começou a produzi-la e quando? Por quê? O que faz com que os canais que oferecem estas músicas cresçam tão rápido?

Eu recebi um áudio pela primeira vez na semana passada. Um amigo passou por WhatsApp e eu fiquei chocada quando ouvi com fones de ouvido. Logo fui pesquisar do que se tratava e decidi que escreveria para vocês sobre o assunto.

8D é possível?

Alguns dizem que “Música em 8D” é uma terminologia equivocada, quando consideramos que existem apenas 3 dimensões: altura, profundidade e largura – como aprendemos na escola. Mas de acordo com a Teoria da Relatividade há 4 dimensões e a Teoria das Cordas afirma que são 11. E agora?

Isto me fez lembrar de quando assisti o filme Shrek 4D, de doze minutos, na Universal Studios, em Orlando (EUA). O termo cinema 4D se refere aos efeitos físicos que você sente durante a atração. Conforme as cenas acontecem, você é “transportado” e convidado a “entrar” numa aventura com o Shrek através de efeitos que você sente vindo, principalmente, do seu próprio assento e do assento da frente: spray de água no seu rosto; jato de ar na sua nuca e no seu rosto; assento indo pra frente, pra trás, pra cima e pra baixo – tudo de acordo com as cenas do filme.

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Mas o que é Música em 8D?

O termo correto é música ambisônica. Do latim, ambi exprime a ideia de duplicidade, de vários lados, ao redor de. Sônico vem de som.

“Música em 8D” não é uma tecnologia de ponta e nem é um gênero musical (como pop, rap, bossa nova, salsa). Então, o que é? É uma música que foi manipulada com software de áudio, recebendo efeitos que fazem com que o ouvinte tenha a sensação de que os sons estão se movendo ao seu redor, até mesmo com distâncias diferentes. É necessário ouvir com fones de ouvido – preferencialmente de alta qualidade. Apesar de estar com fones, tem-se a sensação de não estar usando.

Foto: Reprodução

Para explicar melhor:

– estas músicas de artistas famosos que você escuta no YouTube não foram gravadas com altíssima tecnologia
– quando foram gravadas os artistas não tinham que tocar e cantar ao mesmo tempo que se movimentavam para mais perto ou mais longe, mais para esquerda ou direita do microfone durante a gravação

Aí você me pergunta: “No way! Mas eu escuto, sim, o som da guitarra, do piano, das vozes indo pra direita e pra esquerda, pra trás e pra frente, até escuto por cima e por baixo. Você está dizendo que é mágica?

Ouça a música a seguir, Believer da Banda Imagine Dragons, enquanto prossegue lendo esta matéria.

O que acontece é o seguinte:

Você escolhe uma música que você quer transformar em 8D (como já disse o nome correto é ambisônica, mas vou usar o nome da modinha), pega o áudio original, que foi gravado normalmente em estúdio ou ao vivo – sem malabarismos – e MANIPULA A MÚSICA EM SOFTWARE DE EDIÇÃO DE ÁUDIO.

Software de Edição de Áudio

Existem inúmeros DAWs (Digital Audio Workstations) que são softwares para trabalhar com áudio, tais como: Logic, ProTools, Sonar, Audacity e Ableton. Eles oferecem diversas ferramentas de manipulação de áudio. É possível se fazer coisas incríveis com estes DAWs – desde você gravar o som de uma pessoa amassando uma folha de papel e transformar este som em algo parecido com uma explosão, até você gravar o som de um violino no seu próprio quarto e fazer o violino soar como se estivesse em uma enorme catedral. O mundo da gravação e produção musical é fascinante, não é?
E é com estes softwares que você edita os sons, aplicando efeitos como PAN e REVERB que irão dar as sensações da Música 8D.

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O MELHOR LIVRO DE TEORIA MUSICAL

Este artigo continua após este “momento comercial” (risos) sobre o meu livro FAVORITO de Teoria Musical – de todos que já li (amo o tema) este é o melhor. Para quem quer entender tudo de teoria, ser expert em leitura de partitura, conhecendo o nome de todos os símbolos musicais e para que servem, este é o clássico da Teoria da Música, escrito pelo tcheco Bohumil Med – o mais completo compêndio escrito em português. Por isto é o IDEAL PARA VESTIBULANDOS do curso de Música. Li por inteiro pela primeira vez quando era ainda adolescente (enchi o meu de marcações e grifos) e é o livro-base que utilizo para lecionar leitura musical. É muito detalhado e didático. Excelente para iniciantes que querem começar na música com o pé direito e também para músicos profissionais e professores que querem se aperfeiçoar, compreendendo as particularidades da mais bela de todas as artes: a Música!

Resumindo:
É o livro NÚMERO 1 DA TEORIA DA MÚSICA.
Se você pode comprar apenas um livro de teoria, deve ser este.
Conteúdo: Tudo sobre teoria da música, em detalhes, de forma muito didática e com exercícios simples para fixar o assunto.
Para quem é: iniciantes na Música, músicos profissionais, professores e VESTIBULANDOS!
Detalhes sobre o livro: a 5a edição é de 2017, tem 621g e “apenas” 399 páginas de pura magia musical.
Recomendações: Ler com muita atenção, ao som de boa música (recomendo jazz ou erudito) e tomando sua bebidinha favorita.
Exercícios: Para acompanhar o livro de teoria, você pode adquirir o volume que vem cheinho de exercícios COM GABARITO para você fixar o conteúdo que estudou ou para usar como atividades para seus alunos de música.

Teoria da Música. Vademecum da Teoria Musical

Teoria da Música. Livro de Exercícios

Obs.: Se você comprar através dos links acima, eu recebo uma pequena comissão (aê! agora fico rica!). Você comprando com meu link ou sem meu link, o preço para você é o mesmo. ;) Thanks!
.
Voltando…

Quem começou a produzir Música 8D e quando?

Invenção do argentino Hugo Zuccarelli, a holofonia é um sistema capaz de gravar e reproduzir sons em três dimensões, criando uma sensação espacial completa — e não apenas estereofônica de direita-esquerda. A novidade surgiu no final da década de 1970, antes de a norte-americana Dolby criar sua tecnologia surround”.
Estes efeitos já são usados há muito tempo, não apenas na música, mas também em áudios ambisônicos com som de fala, áudios com ruídos, ou seja, áudios criados para a composição cênica – do cinema ou teatro, por exemplo -, para que tenhamos também esta sensação do som em movimento quando assistimos.

Música ambisônica é usada também para VR (virtual reality). Continue lendo, enquanto clica no áudio abaixo (do ano 2008, em inglês) e recebe um “corte de cabelo virtual” com nosso barbeiro – fica ainda mais interessante a partir do minuto 2:30.

Realidade Virtual

É uma tecnologia de interface que, por meio de um ambiente virtual criado a partir de um sistema computacional, consegue “enganar” os sentidos do usuário. Através de efeitos visuais, sonoros e até mesmo táteis, a realidade virtual permite a imersão em um ambiente simulado. Você já teve alguma experiência com VR? O áudio ambisônico ou 8D é uma ferramenta imprescindível para que a experiência seja completa.

Oportunidade

Ainda não vi no YouTube um canal brasileiro focado apenas em Música em 8D. Sabe-se que em outros países há canais com milhões de inscritos e milhões de visualizações dos hits de Queen, Imagine Dragons, Ed Sheeran e Twenty One Pilots, por exemplo.

Talvez seja uma modinha que passe logo, então a hora é agora para que músicos brasileiros que trabalham com gravação e produção musical tirem vantagem deste momento e lucrem com isto. Os canais mais populares da internet, até então, são 8D Tunes e Trillion – 8D Music.
#ficaadica


O que você achou? Já havia escutado música 8D antes? Quais foram as suas sensações?

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Jacob Lee: o cantor que tem arrancado suspiros na Austrália https://paulamusique.com/jacob-lee-i-belong-to-you-cantor-australiano/ https://paulamusique.com/jacob-lee-i-belong-to-you-cantor-australiano/#comments Sun, 02 Dec 2018 10:40:36 +0000 http://paulamusique.com/?p=6474 – por Paula Musique – Se você ainda não conhece o jovem cantor australiano de longas madeixas castanhas com sua terna voz e letras tocantes, você vai gostar desta MINHA INDICAÇÃO MUSICAL. Apresento-vos: Jacob Lee! Nascido no dia 4 de novembro de 1994, em Queensland, na Austrália, este cantor, letrista, compositor e criador do Selo Philosofical Records já conquistou dezenas de milhões de visualizações no YouTube e faz sucesso no Spotify – isto sem...

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– por Paula Musique –

Se você ainda não conhece o jovem cantor australiano de longas madeixas castanhas com sua terna voz e letras tocantes, você vai gostar desta MINHA INDICAÇÃO MUSICAL. Apresento-vos: Jacob Lee!

Foto: www.jacobleeofficial.com

Nascido no dia 4 de novembro de 1994, em Queensland, na Austrália, este cantor, letrista, compositor e criador do Selo Philosofical Records já conquistou dezenas de milhões de visualizações no YouTube e faz sucesso no Spotify – isto sem gravadora, agente ou empresário. Jacob é conhecido por seu liricismo emotivo, melodias relaxantes e concertos magnetizantes.

Qual é o assunto mais cantado? Veja a resposta aqui.
Leia sobre as 30 perguntas intrigantes que você deve perguntar a si mesmo.

Ele mesmo descreve seu estilo como pop alternativo e quando entrevistado afirmou: “sinto que falta profundidade na música pop moderna e quero trazer um verdadeiro significado de volta à cultura pop”.

Foto: Susan Magnano

Até o presente momento, Jacob tem 16 faixas divulgadas. Conheça 2 de minhas favoritas abaixo. Se você gostar das canções, clique no botão like lá embaixo e se quiser compartilhar com os amigos do Facebook, é só clicar no share, que fica ao lado do like.

Este é o videoclipe musical mais lindo que eu já vi com casal maduro! Pode arrancar “água” dos olhos dos mais sensíveis. Curta a balada romântica “I Belong To You” – canção que Jacob compôs para o casamento de seu irmão Luke e cunhada Eva, que já namoravam por uns 7 anos. Jacob escreveu sob a perspectiva do irmão, como se este estivesse cantando para a noiva no altar. A letra é linda demais do começo ao fim. Aqui vai o refrão:

Tomorrow I’ll open my eyes
And I will whisper to my wife
I belong to you
And I will wait to hear you say
As a tear rolls down your face
I belong to you

A seguir, você tem o que eu chamo de “vídeo-sing-along”, ou seja, o vídeo com a letra da música “I Belong To You”:

“Breadcrumbs” é uma canção no mesmo estilo e com letra bem intimista direcionada aos pais:

Jacob Lee é um nome que vale a pena ficar de olho, pois ele está preparando bastante material novo.

Quer ouvir algo totalmente diferente? Mas você tem que se preparar psicologicamente, pois é diferente mesmo. Clique aqui.
E se você quiser assistir vídeos com os melhores duetos de todos os tempos, é aqui.

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Seria o cantor Felipe Valente o Cartola do Século XXI? – Considere as Semelhanças https://paulamusique.com/felipe-valente-seria-o-cartola-do-seculo-xxi-considere-as-semelhancas/ https://paulamusique.com/felipe-valente-seria-o-cartola-do-seculo-xxi-considere-as-semelhancas/#comments Sun, 19 Aug 2018 03:34:50 +0000 http://paulamusique.com/?p=6134 – por Paula Musique – Os mais antigos, provavelmente, já conhecem Cartola. Os amantes da música cristã já conhecem Felipe Valente. Mas se você ainda não ouviu estes dois artistas brasileiros, agora você ficará instigado com a beleza de suas canções ao ler sobre a MINHA INDICAÇÃO MUSICAL. Felipe Valente é cantor, compositor, produtor musical, multi-instrumentista e arranjador brasileiro. Foi integrante do reconhecido quarteto masculino Arautos do Rei, é ligado a Igreja Adventista do...

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– por Paula Musique –

Os mais antigos, provavelmente, já conhecem Cartola. Os amantes da música cristã já conhecem Felipe Valente. Mas se você ainda não ouviu estes dois artistas brasileiros, agora você ficará instigado com a beleza de suas canções ao ler sobre a MINHA INDICAÇÃO MUSICAL.

Fotos: Internet || Arte: Fábio Raulino

Felipe Valente é cantor, compositor, produtor musical, multi-instrumentista e arranjador brasileiro. Foi integrante do reconhecido quarteto masculino Arautos do Rei, é ligado a Igreja Adventista do Sétimo Dia e, desde 2007, segue carreira solo. Já gravou três discos solo (Metade – 2006, FV – 2009 e Reversos – 2017). Agora integra o casting da Sony Music Gospel. Além de interprete, é compositor, tendo canções suas gravadas por Leonardo Gonçalves, Gabriela Rocha, Fernando Iglesias, Rafaela Pinho, David Quinlan e Melissa Barcellos – todos estes sendo, também, destaques no cenário da música gospel.

Foto: www.felipevalente.com.br

Considero que a arte de Felipe Valente tem caráter intimista*, pois dá a sensação de que leva você pra perto, num estilo meditativo e calmo, traçando versos que fazem você lembrar do seu próprio cotidiano – ele canta do armário e lençol à sala de jantar e quintal. Mesmo nos momentos de mais “peso”, em que guitarra ou bateria se destacam em suas canções, Valente consegue manter uma nuance introspectiva que, a meu ver, permanece ali devido ao poder que seu timbre tem de “nos manter dentro” da mensagem que a música quer transmitir. E quando canta sobre Deus, expressa sua fé em tom poético.

Trecho da “Canção de Quem Fica”:
Volta a hora que você quiser
O anel ainda é seu
E o armário ainda está vazio
Há lugar à mesa pra você
Como posso me esconder?
Ou me esquecer do amor que me feriu?

Trecho de “Despreocupado”:
E então você me apareceu
Em livros que eu li
Num menino que sorriu pra mim
E que me deu a mão
Pedindo pra brincar
E correr sem medo de cair
Tão despreocupado me tornei

Divirta-se respondendo esta quiz sobre Música Brasileira
E se quiser mais uma quiz, tem esta aqui sobre Instrumentos Musicais
Para fazer exercícios automatizados para leitura de notas musicais, pratique aqui

Foto: não identificada

“Considero que a arte de Felipe Valente tem caráter intimista*, pois dá a sensação de que leva você pra perto, num estilo meditativo e calmo, traçando versos que fazem você lembrar do seu próprio cotidiano – ele canta do armário e lençol à sala de jantar e quintal” – Paula Musique

E Cartola?
Angenor de Oliveira (1908-1980), conhecido como Cartola** e Poeta das Rosas, é considerado um dos maiores sambistas da música brasileira (alguns críticos o consideram como n.1). Dentre seus sucessos estão “As Rosas não Falam”, “O Mundo é um Moinho”, “O Sol Nascente” e “Luz Negra”. Teve suas canções gravadas por Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola e Chico Buarque. Dizem que era ótima pessoa, amado por seus amigos e pelo grande amor de sua vida, a primeira dama da escola de samba da Mangueira, Dona Zica. Sua biografia pode ser comparada a um dramalhão mexicano. Sua história inclui vida na favela, morte prematura da mãe, conflitos com o pai, abandono da escola, muita música, vida boêmia, doenças, pobreza, escola de samba, esterilidade, reconhecimento musical, rádio, falecimento da esposa, sofrimento por amor, novo amor com vizinha da infância/adolescência, restaurante falido, lavação de carros, retorno ao meio musical, sucesso e gravação de seu primeiro disco apenas em 1974, aos 65 anos. Faleceu em 1980 e foi sepultado ao som de “As Rosas não Falam”, como havia pedido.

Sua obra contém músicas que falam de amor, principalmente. Cartola declarou certa vez: “gosto de fazer samba de dor de cotovelo, falando de mulher, de amor, de Deus, porque é isso que acho importante”. A simplicidade de Cartola agradava tanto ao gosto popular como à elite cultural do Rio de Janeiro. O maestro Villa-Lobos o admirava e, em 1942, apresentou Cartola a Leopoldo Stokowsky — renomado maestro estadunidense interessado na música popular brasileira.

Trecho de “As Rosas Não Falam”:
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Trecho de “Preciso Me Encontrar”:
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Mas e o que Felipe Valente e Cartola teriam em comum?

Tudo indica que o estilo de vida de ambos seja muito diferente e, possivelmente, a personalidade também. Quando pergunto se Felipe Valente seria o Cartola do século XXI, refiro-me aos aspectos musicais mesmo, tais como:
1) semelhança impressionante do timbre da voz
2) suave dedilhado ao violão
3) elaborada harmonia
4) poética das letras
5) temática das músicas
6) uso similar do vibrato
7) saltitantes melodias (com intervalos característicos da MPB)

Por curiosidade, os dois compositores são do estado do Rio de Janeiro, o que revela 8) a similaridade no sotaque também.

“A biografia de Cartola pode ser comparada a um dramalhão mexicano. Sua história inclui vida na favela, conflitos com o pai, abandono da escola, vida boêmia, doenças, esterilidade, rádio, sofrimento por amor, restaurante falido, lavação de carros, até o sucesso e gravação de seu primeiro disco apenas em 1974, aos 65 anos” – Paula Musique

Confira agora as músicas a seguir e comente se também percebe alguma(s) semelhança(s):

Você gosta de música estrangeira dos anos 90? Clique aqui
Pratique inglês enquanto aprende música com o Jogo da Forca
Quais os videoclipes mais caros do mundo?

Esta canção a seguir tem um estilo musical bem diferente de Cartola, mas vale a pena compartilhar com você pela beleza do arranjo vocal e instrumental:

*Intimismo é um termo aplicado à pintura do final do período impressionista, mas que gosto de usar na Música também. É caracterizado por temas que tratam da vida íntima e doméstica – do cotidiano. Os principais artistas representantes do estilo foram os franceses Pierre Bonnard e Édouard Vuillard.

**Trabalhou como pedreiro/pintor e o apelido vem desta época, quando, para não sujar a cabeça com cimento/tinta, ele usava um chapéu-coco, que parecia uma cartola, por isso seus companheiros acabaram o apelidando de Cartola.

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O Passarinho Maluco: Conheça a Polêmica Obra de Schoenberg – ‘Pierrot Lunaire’ https://paulamusique.com/pierrot-lunaire-de-schoenberg/ https://paulamusique.com/pierrot-lunaire-de-schoenberg/#comments Fri, 22 Dec 2017 06:20:25 +0000 http://paulamusique.com/?p=4889 Para estrear a categoria “MINHA INDICAÇÃO MUSICAL” nada melhor do que recomendar uma obra marcante e de destaque na História da Música: Pierrot Lunaire. – por Paula Musique – Dreimal Sieben Gedichte aus Albert Girauds ‘Pierrot lunaire’ é o nome completo deste marcante ciclo de canções atonais composto pelo alemão Arnold Schoenberg (1874–1951). A tradução deste título é “três vezes sete poemas do ‘Pierrot Lunaire’ de Albert Giraud” – título este que combina muito...

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Para estrear a categoria “MINHA INDICAÇÃO MUSICAL” nada melhor do que recomendar uma obra marcante e de destaque na História da Música: Pierrot Lunaire.

– por Paula Musique –

Dreimal Sieben Gedichte aus Albert Girauds ‘Pierrot lunaire’ é o nome completo deste marcante ciclo de canções atonais composto pelo alemão Arnold Schoenberg (1874–1951). A tradução deste título é “três vezes sete poemas do ‘Pierrot Lunaire’ de Albert Giraud” – título este que combina muito com a linguagem da Música do Século XX.

Ainda bem que esta obra é mais conhecida como Pierrot Lunaire, Op. 21, que é bem mais fácil de memorizar e pronunciar. Na adolescência, quando aprendi sobre esta obra, pensava que Pierrot Lunaire (pierrô lunér), do francês, queria dizer pardal lunático, em seu sentido literal. Ou seja, eu achava que o título se referia a um pássaro meio maluco e concluí que o nome combinava com a obra. Após ouvi-la, você irá concordar comigo também.

Todavia, a Paulinha adolescente aqui estava errada e não tem nada a ver com passarinho maluco. O pierrot é uma personagem de mímica e da Commedia dell’Arte, uma variação francesa do Pedrolino Italiano. O seu caráter é aquele de um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. É normalmente representado usando roupas largas e brancas, por vezes metade preta, rosto branco e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, sempre confiando nas pessoas. Pierrot também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.

Bom, mas se unirmos os dois significados, teremos algo assim:

[coisa mais fofa!]

Ok. Vamos falar sério novamente, pois admiro muito o Schoenberg e ele merece nosso respeito.

A obra foi baseada em um conjunto selecionado de 21 poemas do poeta simbolista belga Albert Giraud. É em 3 partes, cada qual contendo 7 canções (por isso o 3×7 do nome completo). A peça é para voz feminina + flauta ou piccolo, clarinete ou clarone, violino ou viola, violoncelo e piano, e dura de 35 a 40 minutos.

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A primeira apresentação da obra ocorreu em Berlim, em outubro de 1912, tendo Albertine Zehme como vocalista – mas o que Schoenberg propõe é uma nova prática vocal — o cantofalado ou Sprechgesang. As palavras não poderiam ser nem cantadas nem recitadas. A soprano deveria oralizá-las seguindo o ritmo e a melodia indicados na partitura, subindo ou descendo a voz, em distância proporcional à posição das notas, com um fundo instrumental de dissonâncias.

“Schoenberg transmitiu uma mensagem importante em 1912, mas que até os dias de hoje é difícil de compreender, pois mesmo estando no século XXI, nosso ouvido ainda é muito apegado ao sistema tonal” – Paula Musique

Sim, esta peça incomoda; sim, não é o tipo de música que se toca em casamentos; sim, ela não traz conforto e muito menos alegria. Entretanto, seu valor musical é indiscutível. Em maio de 1913, os balés “A Sagração da Primavera” de Stravinsky e “Jeux” de Debussy foram lançados em Paris, formando com “Pierrot Lunaire” de Schoenberg, o trio de aceitação ao sistema atonal, quase como uma superação à música tonal – todas raramente executadas no Brasil.

Arnold desempenhou um papel muito relevante na música do século XX revelando um novo pensamento musical.

“Penso que a ‘música-sem-tonalidade’ ainda é bastante incompreendida pela sociedade em geral e perdura recôndita, discutida e analisada por acadêmicos, mas quase que clandestina para a população” – Paula Musique

Eu adoro a obra Pierrot Lunaire? Não. Eu escuto de vez em quando? Não. Mas este é o tipo de peça que deve ser respeitada e estudada. Confira a seguir uma competentíssima interpretação com músicos da Orquestra Sinfônica de Chicago e a soprano Kiera Duffy.

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Você sabia que George Harrison (The Beatles) gravou uma música brasileira?

Para ouvir uma rara interpretação no Brasil, em português, de 1980, clique aqui.


Vamos conversar.
Que sensações esta obra causa em você? Quais suas impressões sobre a peça? Quais adjetivos você usaria para descrever este ciclo de canções? Qual a significância do atonalismo, em sua opinião?

Você tem interesse na área de Composição ou Análise Musical? Indico os dois livros a seguir.
Você também pode comprar para presentar algum amigo músico.

Harmonia – de Arnold Schoenberg


Fundamentos da Composição Musical – de Arnold Schoenberg


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